Paixão Colorada
Lelê Bortholacci: vidas negras importam, sim. E muito
Já é difícil falar de futebol sem futebol, ainda piora com casos de racismo
Já é difícil falar de futebol sem futebol. E fica pior ainda com tudo que estamos vendo nesses dias tensos. Não bastando toda a desgraça consequente da maior crise sanitária do último século, volta as manchetes de todo o mundo um assunto que nem deveria mais estar sendo debatido em pleno 2020: o racismo.
Seja nos Estados Unidos, com o assassinato repugnante cometido por um policial que sufocou um homem negro - sem demonstrar nenhuma incomodação com o que estava fazendo -, no Rio de Janeiro, onde um garoto negro de apenas 14 anos é assassinado covardemente com um tiro pelas costas - numa operação policial até agora muito mal explicada - ou aqui em Gravataí, onde um angolano é preso e baleado "por engano", também, numa abordagem equivocada da polícia. É duro de entender porque isso segue acontecendo.
E nem estou citando aqui outras dezenas de casos semelhantes bem recentes. A grande pergunta segue sendo a mesma: até quando? Eu nunca entendi como alguém pode diferenciar outra pessoa por causa da cor de sua pele. É inacreditável que isso seja pauta ainda!
Queremos atitudes concretas.
Pelo que já sabemos, o caso de Minneapolis resultou no afastamento e prisão do policial envolvido. E aqui no Brasil, haverá punição aos assassinos do menino João Pedro? Ainda podemos acreditar em justiça ou a impunidade vai seguir reinando? Queremos respostas. Queremos atitudes concretas. Queremos ter esperança de dias melhores porque vidas negras importam, sim! E muito!