Vergonha
Luciano Périco: o Gre-Nal que ficará marcado para a eternidade
Após ônibus do Grêmio ser apedrejado na chegada ao Beira-Rio, clássico 435 foi adiado
Todos nós saímos derrotados do Gre-Nal 435, que acabou não sendo realizado no Beira-Rio. Mais uma vez, perdemos. E de goleada. Os marginais mostraram quem está no comando das ações.
Na realidade, o futebol nada mais é do que a extensão dos tempos bárbaros que vivemos em todos os segmentos da sociedade. Violência. Ignorância. Estupidez. Intolerância. Falta de empatia. Impunidade. Tudo junto. Pergunto: até quando seremos reféns desses bandidos, disfarçados de torcedores, que se infiltram no esporte para cometer atos desatinados?
Gostaria muito que alguém tivesse a resposta. É uma espécie de tumor maligno, que precisa ser extirpado de imediato. Infelizmente, não tenho a menor esperança de que haverá um basta nessa história. Podem apostar que ninguém será punido de forma exemplar.
Os mesmos que atiraram pedra e barra de ferro contra a delegação gremista, em seguida, estarão de volta. Enquanto as autoridades competentes — ou nem tanto — não tomarem medidas drásticas contra esses indivíduos, continuaremos sendo presas fáceis dos marginais. Dignos reféns.
A escalada da violência no futebol brasileiro é uma lamentável realidade. A paixão clubística não pode mais servir de escudo para justificar atitudes criminosas. Chega. Por sorte, as consequências da pedrada no ônibus do Grêmio, para o paraguaio Villasanti e outros atletas, não foram piores. E o fato não foi caso isolado.
Durante a semana, o veículo da delegação do Bahia foi atingido por uma bomba e o goleiro Danilo Fernandes saiu ferido. Também no sábado, os atletas do Paraná foram agredidos por vândalos dentro do gramado da Vila Capanema, após o rebaixamento do clube no Estadual.
Até quando, hein? Quando uma tragédia ocorrer de fato? Uma certeza é que, para sempre, o 26 de fevereiro de 2022 ficará manchado como o dia em que o Gre-Nal foi barrado pela violência. E, com muita tristeza, lamento concluir que estamos longe de ter certeza que será a última vez que isso vai acontecer.