Olimpíada 2012



Olimpíada

Diário em Londres: Carregado pela avó

07/08/2012 - 12h46min

Atualizada em: 07/08/2012 - 12h46min


Arthur Zanetti era só alegria no pódio

Ao subir ao pódio, antes de receber a medalha, o ginasta Arthur Zanetti olhou para cima, como que procurando algo ou alguém. Já premiado, visivelmente, segurou um choro. Após a cerimônia, conversou com a impresa. Confira um trecho da conversa:

Zé Alberto - Para quem você olhou quando subiu ao pódio?
Arthur
- Olhei para os brasileiros que estavam lá, apontei para meu irmão. Foi uma espécie de parabéns a eles que foram campeões também.

Zé Alberto - Sua avó, dona Neide, será que sofreu muito?
Arthur - Ela desde o início me incentivou. Me levava nos treinos de ônibus e quando eu
reclamava de dores na perna ela me carregava no colo. Também tem uma grande parte nisso. Obrigado a ela e todos meus familiares. Obrigado vó, te amo muito!

Zé Alberto - Porque você se conteve tanto no pódio ou depois?
Arthur - Não é só um momento meu. É de todos. É para todo o Brasil.

Cabeça

Quem acompanha a ginástica artística não se surpreendeu com o pódio de Arthur Zanetti, talvez o ouro tenha sido inesperado. Segundo no ranking mundial, ele só estava atrás do chinês Yibing Chen que ficou com a prata. Desde a chegada na Vila Olímpica,
o ginasta brasileiro se mostrou consciente da responsabilidade, de seu potencial e acima de tudo, estava seguro. Na vida pessoal, Arthur gosta de ler. Vai desde Shakespeare a livros de auto-ajuda, tendo como obra inspiradora Transformando Suor em Ouro, do treinador Bernardinho, título mais do que apropriado agora para Arthur.

Zebra

Da mesma maneira que se podia confiar numa medalha de Arthur Zanetti na ginástica artística em função de seu desempenho recente e do ranking mundial, o Brasil pode sonhar com pódio num esporte muito pouco conhecido, o pentatlo moderno. A pernambucana Yane Marques é quinta do mundo na modalidade que combina hipismo,
esgrima, natação, tiro e corrida. Com 28 anos, foi 18ª nos Jogos de Pequim, em 2008, mas a garantia é de melhora substancial. No próprio Comitê Olímpico Brasileiro, há quem ache que Yane pega uma medalha.

Migué norueguês

Surpresa nos Jogos de Londres, a seleção feminina de handebol do Brasil terá pela frente, nas quartas de final, um osso duro de roer: a temida Noruega. A equipe nórdica é a atual campeã olímpica e mundial. A derrota das norueguesas para a Espanha causou desconforto entre as brasileiras. Ficou a impressão de que elas teriam perdido de propósito para ter a equipe do Brasil pela frente.

- Se elas fizeram isso, o problema é delas. Será o jogo da nossa vida - falou a meia-direita Denise.

Porrada

A judoca holandesa, Edith Bosch, medalhista de bronze em Londres, perdeu a cabeça
enquanto assistia à final dos 100m do atletismo vencida pelo jamaicano Usain Bolt. A atleta se irritou com um homem de 32 anos, que estava bêbado e jogou uma garrafa de cerveja de plástico na pista antes da prova. Edith acabou dando uns tabefes no indivíduo, que acabou preso.

Medalha de ouro
Arthur Zanetti - Não podia ser outro. O ginasta paulista nem parecia que estava em sua primeira Olimpíada. Sempre se mostrou tranquilo, sem sobressaltos e, acima de tudo, competente. Ganhou uma inédita para a ginástica brasileira. E logo a de ouro.

Medalha de lata
Vôlei de Praia masculino dos Estados Unidos - Pois não é que os norte-americanos, sempre favoritos, botaram banca em entrevistas e acabaram fora das semifinais? Falaram demais, jogaram de menos.

Surpresa

Com felicidade e sinceridade, o gaúcho Fabiano Peçanha reagiu à sua classificação para as semifinais dos 800m rasos. O corredor de Santa Cruz do Sul olhou para o placar e se mostrava incrédulo.

- Na teoria eu seria quinto na prova e estaria eliminado - conta o segundo, 13º tempo
entre os 24 classificados, para resumir em seguida:

- Me mandei na frente e deixei tudo na base do seja o que Deus quiser. Deu certo!

Hoje, ele tenta o que julga ser um sonho, um lugar entre os oito melhores.


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