Olimpíada 2012



Olimpíada

Diário em Londres: "Gracielo"

03/08/2012 - 10h46min

Atualizada em: 03/08/2012 - 10h46min


Graci é aposta para 2016

A sexta-feira marca a estreia da pelotense Graciele Herrmann nas piscinas olímpicas. A nadadora do Grêmio Náutico União busca uma vaga na final dos 50m livres, o que já é um grande resultado para a atleta de apenas 20 anos e que no ano passado foi prata no Pan de Guadalajara.

Ela é vista como uma esperança muito grande do Brasil já pensando na Olimpíada de 2016. Há quem a veja como possibilidade até de pódio olímpico. Para se ter uma ideia, já surgiu um apelido para a gaúcha: Gracielo, numa alusão ao campeão César Cielo, que hoje defende o ouro olímpico nesta prova no naipe masculino.

No Rio

É bom o Brasil ir se acostumando com a atual sede das partidas de basquete na Olimpíada. O ginásio construído em Londres vai ser desmontado e levado para o Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. A Arena Multiuso feita para o Pan de 2007 não é
adequada para uma competição olímpica, segundo avaliação do Comitê Organizador, e é mais barato montar um ginásio do que construir uma estrutura.

Gritedo

Kiko Pereira treinou Mayra Aguiar nas duas lutas finais em Londres. Ele estava à beira do tatame, na primeira fila de cadeiras, e seus gritos de orientação eram mais ouvidos do que os conhecidos altos brados da técnica Rosicleia Campos. As ordens mais fortes do técnico eram: "pega na manga dela!" e "mais volume, Mayra!".

Putin

Presenças ilustres no judô olímpico na quinta-feira. Nada menos do que o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O russo é ex-judoca e promoveu uma revolução no esporte em seu país. Sem medalhas em Pequim/2008, interveio na federação de judô, mandou todos para a rua, contratou gente
nova e montou o melhor centro de treinamentos do mundo. Resultado: três medalhas em Londres, sendo a última conquistada sob o olhar de Putin, por Tagir Khaibulaev
ontem.

Medalha de ouro
Mayra Aguiar - Primeira medalha individual de um atleta gaúcho representando um clube do Rio Grande na história olímpica. Na regra, é bronze. Para o Diário Gaúcho, é ouro!

Medalha de lata
Vôlei feminino do Brasil - Seleção até tem chances de classificação, mas o nível das atuações das campeãs olímpicas não dá esperanças sequer de bronze. Coitado do técnico Zé Roberto Guimarães.

Sem banho

Garantia de Mayra Aguiar brincando com seu amigo e colega Felipe Kitadai, igualmente medalha de bronze.

- Achei linda a medalha, vou curtir bastante. Mas garanto que não vou tomar banho com ela - afirmou.

Kitadai, ao tomar banho, deixou cair a medalha e quebrou-a, tendo que pedir uma
nova ao Comitê Olímpico Internacional.

Lixo

Londres é uma cidade limpa. Coisa de primeiro mundo. Mas para encontrar uma lixeira nas ruas é complicado. Você pode sair da estação do metrô, andar várias quadras com algo para colocar fora e não consegue. Mesmo assim, a galera é educada e não joga lixo no chão.

Jeitinho

O ciclista Magno Prado, da categoria contrarrelógio, teve que improvisar em Londres.
Sem uniforme reserva, o brasileiro teve que prender a roupa com alfinetes, porque teve o zíper quebrado antes da competição.

Calibrada

Enquanto o Brasil discute a liberação de bebida alcoólica para a Copa do Mundo de
2014, nos Jogos de Londres a cerveja rola solta além dos famosos pubs da capital inglesa. Nas arquibancadas dos ginásios e estádios da Olimpíada, os torcedores não largam os copos e as garrafinhas durante as competições. A galera bebe, da manhã à noite, torcendo por seus países.

Drama

A medalha de ouro no judô Kayla Harrison, dos Estados Unidos, tem muitos méritos na conquista e em sua carreira. Além de ter derrotado a gaúcha Mayra Aguiar, número 1 do mundo, nas semifinais, a americana em sua vida superou um grave trauma. Ela mesmo relata que foi vítima de violência sexual dos 12 aos 16 anos, praticada por
um ex-treinador. Kayla, 22 anos, garante que sua receita para superar foi muito
trabalho e a compreensão de seus atuais orientadores.

O pin

Um jeitinho mais do que brasileiro colocou a delegação da Sogipa praticamente dentro
do tatame com Mayra Aguiar. O vice-presidente Alexandre Algeri e o técnico Kiko Pereira tinham ingressos para a plateia em assentos distantes do tablado. Foram até uma área dedicada a familiares de atletas e a dirigentes. Lá houve um rápido papo com os voluntários, explicando que eram familiares de Mayra, e a doação de um objeto mágico, um pin (pequeno broche) com o símbolo da Sogipa. Foi o passaporte para
uma localização privilegiadíssima.


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