Agora é com o Brasil
Rio de Janeiro assume título de cidade olímpica e enorme desafio para 2016
Em Londres, Brasil bateu seu recorde de medalhas com 17 conquistadas
O Rio de Janeiro, conhecido internacionalmente por suas belezas naturais, mas também por seu caos no trânsito, serviços públicos ineficazes e níveis de violência que ainda preocupam, assume oficialmente o título de cidade olímpica e a difícil tarefa de organizar os Jogos de 2016.
As autoridades do Comitê Olímpico Brasileiro e da cidade do Rio asseguram que todas as obras estão encaminhadas, mas ainda falta construir praticamente toda a Vila Olímpica, o Parque Olímpico e várias outras instalações. E ainda não se sabe em quanto aumentará a fatura do maior evento esportivo mundial, que, pela primeira vez na história, será realizado em uma cidade da América do Sul, com a participação de mais de 10.500 atletas competindo em cerca de 300 provas de 28 esportes olímpicos.
Parte das obras necessárias para os Jogos devem estar prontas para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo, que o Brasil sediará em 2013 e 2014, mas o caminho a percorrer até julho de 2016 ainda é longo.
- Agora é que realmente vamos começar a sentir a complexidade de organizar um evento como os Jogos Olímpicos. Nos últimos três anos, pouco nos preocupamos em começar a construir a cidade olímpica e em criar a infraestrutura necessária - declarou à AFP Erich Beting, criador da "Máquina do esporte", um site especializado em negócios esportivos.
Transporte e alojamento, principais desafios
O diretor geral do Comitê Organizador dos Jogos de 2016, Leonardo Gryner, admitiu recentemente em Londres que as áreas que mais preocupam são as de transporte e hotelaria. A cidade espera mais de um milhão de turistas, mas terá apenas 34 mil quartos de hotel, isso se conseguir alcançar sua meta de criar quase 10 mil novos quartos em quatro anos.
As autoridades já iniciaram as obras para aumentar uma linha do metrô até a Barra da Tijuca, onde ficarão a Vila Olímpica, o Parque Olímpico e onde devem ser realizadas mais da metade das competições. Também planejam criar quatro linhas de BRTs, ônibus que utilizam vias expressas. Apenas uma já está parcialmente em operação.
Os engarrafamentos são uma constante nesta cidade de 6,5 milhões de habitantes e o trajeto de carro da Barra até o centro da cidade pode levar uma hora e meia em um dia normal. Grande parte dos projetos de mobilidade urbana "estão de modo geral atrasados, e já existe um reconhecimento do governo de que parte dos projetos não vão estar prontos a tempo para a Copa do Mundo de 2014, e muitos deles, nem a tempo para os Jogos Olímpicos de 2016", afirmou à AFP Carlos Campos, economista do Instituto de Investigação Econômica Aplicada (IPEA).
Considerada no passado uma das cidades mais violentas do continente, a segurança melhorou consideravelmente no Rio desde o lançamento, em 2008, de um plano para retomar o controle de dezenas de favelas, onde o Estado sempre esteve ausente. Cerca de 150 de um total de 750 favelas dominadas durante décadas pelo tráfico e milícias foram ocupadas por militares e policiais.
A presidente Dilma Rousseff espera que os Jogos deixem para a sexta economia mundial um grande legado.
- Queremos trazer para o Brasil o maior legado possível dos Jogos Olímpicos, tanto no que se refere ao esporte, quanto ao que se refere à melhoria da infraestrutura e às condições de vida da população -, afirmou Dilma nos Jogos de Londres.
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