Ultimato
Bombeiros impõem compra imediata de cadeiras para as arquibancadas da Arena e provocam indignação do Grêmio
Direção promete recorrer da decisão que condicionou a concessão do alvará definitivo da Arena à compra e instalação de cadeiras no setor de arquibancadas


O Grêmio promete recorrer da decisão do Comando do Corpo de Bombeiros da Capital, que condicionou a concessão do alvará definitivo da Arena à compra e instalação de cadeiras no setor de arquibancadas. A direção considera "autoritária" a exigência da corporação. Argumenta que tem o direito de, por conta própria, não usar aquele espaço por tempo indeterminado, sem sofrer a ameaça de interdição.
O vice-presidente Nestor Hein revelou, nesta terça-feira, que, em ofício enviado no último dia 7 à direção da Arena Porto-Alegrense, gestora do estádio, o Comando do Corpo de Bombeiros obriga a mesma a adquirir cadeiras para a chamada área popular.
- Se for nosso desejo, podemos manter aquele espaço fechado por um ou dois anos, enquanto pensamos em uma solução. O poder público não pode ameaçar com a interdição da Arena se não comprarmos cadeiras. Forçar a compra é arbitrário e ilegal - protesta Hein, que diz esperar uma decisão de bom senso.
No dia 8, em reunião entre representantes da construtora OAS, prefeitura, Corpo de Bombeiros e Ministério Público, ficou definido que o jogo contra o Huachipato-CHI, nesta quinta, será o último com alvará provisório.
- Depois do dia 14, só terão autorização eventos com o Habite-se - disse, ao final do encontro, o secretário municipal adjunto de Urbanismo, Ricardo Gothe.
Conmebol multa o clube em US$ 35 mil
Em nota oficial, a Conmebol determinou hoje a interdição da área de arquibancadas, medida que o próprio Grêmio já havia adotado após a queda de torcedores no fosso durante o jogo contra a LDU, dia 30 de janeiro.
A nota vai além ao acenar com interdição da Arena, caso episódios semelhantes voltem a acontecer nos próximos dois anos. E informa a aplicação de uma multa de US$ 35 mil.
- Queremos ser otimistas em acreditar que não haverá mais problemas - disse Nestor Benítez, assessor de imprensa da Conmebol, sem especificar se fatos de menor gravidade também poderiam provocar a interdição.
- Aceitamos a decisão. Mas entendemos que é possível adequar a Arena aos moldes de segurança do Olímpico. Não abrimos mão de um setor popular, onde se possa torcer de pé - afirma Nestor Hein. Ele observa que a morte ocorrida no estádio, em 2007, não foi decorrência da avalanche, mas, sim, da imprudência do torcedor, que ficou de pé sobre a mureta.
Nesta quinta, os frequentadores da arquibancada interditada serão realocados para o Nível Gramado 1 (sócios que já migraram para a Arena) e Nível Gramado 4, onde anteriormente ficavam os torcedores visitantes.