Opinão
Torcedor Colorado ZH: o Inter desaprendeu a contratar


As cogitações sobre a contratação de nomes como Téo Gutierrez e Michel Bastos para reforçar o elenco do Inter só deixam ainda mais claro como já faz tempo que as duas últimas direções erram no momento de ir às compras.
Toda contratação, na verdade, é uma aposta. Pode-se trazer um jogador cercado de expectativas que, depois de assinar o contrato, parece sempre chutar uma melancia, ou um atleta com menos grife do que aquela camiseta pirata do teu clube, mas, por um desses caprichos dos deuses da bola, vira até ídolo.
Leia mais:
Anderson se recupera e Argel esboça time para enfrentar o Lajeadense
Como estão as negociações por reforços no Beira-Rio
Diogo Olivier: dupla Gre-Nal e as transmissões de TV
Mas as chances de errar são consideravelmente menores quando: o pretendido tem menos de 30 anos, não tem fama de encrenqueiro irremediável, não está há um ano sem jogar, não está em "má fase" há tanto tempo que poucos se lembram quando foi a boa, quando não custa caro ou não exige longos contratos com salário acima do razoável só para encaminhar uma boa aposentadoria.
Não muito tempo atrás, o Colorado trazia nomes já firmados, como Fabiano Eller, ou apostas bem feitas como Bolívar. Repatriava atletas como Fernandão e Tinga, encontrava bons coadjuvantes como Andrezinho e, quando tinha um investidor amigo, buscava um Kléber ou um D'Alessandro. De lambuja, de vez em quando apresentava um Iarley ao torcedor.
De uns tempos para cá, quando trazemos nomes já "firmados", são os de Rafael Moura e Jorge Henrique. As apostas são em atletas envolvidos em longas crises técnicas ou problemas físicos, como Anderson e Réver. Os coadjuvantes são de filme de terror, a exemplo de Airtons e Ygors. Quando conseguimos um dinheirinho extra, buscamos o Luque. Até mesmo a exceção a esse cenário, a contratação de Aránguiz, acabou confirmando a regra – embora, nesse caso, a culpa seja da falta de caráter do contratado, e não de quem decidiu buscá-lo.
Michel Bastos tirou a paciência do torcedor são-paulino como Fabrício tirava a dos colorados. Téo Gutierrez gosta de uma confusão, é indisciplinado e, dizem, joga bem quando quer. Talvez o clube possa pagá-lo também quando quiser. Ambos têm mais de 30 anos e, se o clube desembolsar quantias significativas, dificilmente recuperará o investimento. Nenhum parece estar em ascensão na carreira como estavam os contratados de antigamente.
Toda aquisição de jogador é uma aposta e nada impede que uma escolha aparentemente errada dê certo. Mas quando a grande maioria das apostas naufraga, seria prudente analisar que tipo de apostas andamos fazendo e mudar o perfil do jogo.
Ainda é cedo para afirmar se outra aposta, o contrato firmado pelo Inter com o Esporte Interativo para a TV fechada, dará certo. Mas a direção tem razão ao afirmar que a concorrência é salutar para todo o futebol brasileiro e um obstáculo a mais no projeto de transformar Corinthians e Flamengo nos únicos clubes competitivos do Brasil.
Acompanhe o Inter através do Colorado ZH. Baixe o aplicativo:
IOS
Android
*ZHESPORTES