No Brasileirão
Um novo William, batedor de faltas e pai coruja
Inter encara a Chapecoense neste domingo, no Beira-Rio
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* ZHESPORTES
Pedrinho ainda nem imagina. Mas foi decisivo para o papai William em um dos momentos mais duros de sua curta carreira, que acabou com uma atuação de luxo na conquista do Gauchão. Neste domingo, o lateral-direito é um dos destaques do Inter na largada do Brasileirão. A partir das 18h30min, estará em campo contra a Chapecoense, no Beira-Rio.
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William acabou engolfado por um furacão na largada de março. Virou o centro de uma discussão que estremeceu o Rio Grande ao provocar fratura dupla no maxilar de Bolaños numa disputa de bola no Gre-Nal de 6 de março. Na sequência, veio a suspensão de seis jogos. Um presente indesejado, a dois dias de completar 21 anos. Ficar sem jogar é uma punição severa para um jogador, traz ansiedade, incerteza e sofrimento por ficar limitado a apenas torcer. Foi nesse momento que Pedrinho entrou em ação. William canalizou sua energia para a gestação da mulher, Pâmela, 27 anos, que ingressava no terceiro mês de gravidez.
– Escutei muitas coisas ruins (depois do Gre-Nal). Procurei concentrar todas as minhas energias no meu filho. Fui a todas as ecografias e consultas, ajudei no enxoval – conta o lateral.
William se empolga a falar do filho que chegará em agosto. Curte cada dia da gestação. Na sexta-feira, ficou entusiasmado ao ver no instagram de Pâmela publicação com uma guirlanda personalizada com o nome do filho. O casal soube da gravidez pouco antes do Ano-Novo, em meio à mudança de casa. Pâmela chegou com o resultado positivo do teste comprado na farmácia. William não conseguia acreditar. Correu na farmácia e comprou mais três. Na volta da pré-temporada na Flórida eles tiveram a confirmação com um exame de laboratório.
– Estou vivendo um momento lindo da minha vida – resume William.
À chegada do filho junta-se a volta ao time na decisão do Gauchão em grande estilo. Foram 36 dias de suspensão. William conta que o coração acelerou ao subir as escadas do túnel. Quando se posicionou na lateral direita à espera do apito de Anderson Daronco as algumas lágrimas lhe escaparam e rolaram pelo rosto.
– A gente diz que foi um cisco no olho (risos). O Beira-Rio estava como todo o molequinho da base sonha em jogar um dia. Sou colorado de coração, cresci aqui no clube. Ouvir a torcida cantar meu nome emocionou – recorda William.
A volta ao convívio com os companheiros foi cercada de carinho. Os mais veteranos o saudaram na concentração. Artur, companheiro de quarto desde as categorias de base, perguntava preocupado:
– Como é que está se sentindo?
– Sabe que está em casa, né?
William reagiu descontraído à preocupação de Artur, a quem define como "um irmão de coração, da vida" e que será o padrinho do Pedrinho.
– Fica tranquilo. Agora voltou quem manda neste quarto!
A confiança para encarar uma final veio das semanas a fio apenas com treinos. Primeiro, passou pelas mãos dos preparadores físicos. Como havia tempo e energia de sobra, Argel aproveitou para colocá-lo a treinar cruzamentos. William perdeu as contas de quantas bolas mandava para a área a cada dia. Também passou a trabalhar cobranças de escanteio e faltas. Seu histórico nas categorias de base relatava eficiência na bola parada. Argel soube disso e tratou de fazer o lateral calibrar o pé para preencher a lacuna deixada por D'Alessandro. O resultado de tanto treino apareceu na final, nas cobranças de falta para os gols de Sasha e Paulão.
– Depois de treinar tanto, Posso dizer que estou no meu auge hoje – garante William.
A volta ao time acabou com as folgas no fim de semana. Também restringirá as visitas da mãe e da avó, que vieram de Pelotas para apoiá-lo nos dias mais espinhosos depois do episódio do Gre-Nal. Embora William saiba que o olhar delas estava também espichado para a gestação de Pâmela. Do que ele nem reclama. Afinal, Pedrinho nem chegou e já deu uma força sem medidas para o pai.
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