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Após críticas

"Em termos funcionais, ficou perfeito", diz engenheira sobre guard-rail de ciclovia

Proteção será colocada nos trechos em que a ciclovia ficar a menos de 1m50cm do Arroio Dilúvio

11/01/2012 - 10h48min

Atualizada em: 11/01/2012 - 10h48min


O reforçado modelo de guarda-corpo instalado ontem no trecho em construção da ciclovia da Avenida Ipiranga não foi suficiente para proteger a prefeitura da Capital de uma saraivada de críticas de especialistas e de uma série de comentários irônicos na internet. O principal argumento dos contrários à escolha de toras de eucalipto de reflorestamento é que o material está longe de ter o design mais adequado para ser utilizado em uma das mais importantes vias da cidade.

Opine: Você aprova o material usado para fazer o guard-rail?

A proteção será colocada nos trechos em que a ciclovia ficar a menos de 1m50cm do Arroio Dilúvio ou da avenida.

- É um elemento muito tosco, utilizado para construções mais rústicas, como galpão crioulo, CTG. Para uma avenida nobre como a Ipiranga, projetada com muita sofisticação, com estilo arquitetônico erudito, colocar proteção com tora de eucalipto é uma gafe estética - avalia o arquiteto e urbanista Sergio Marques.



O protótipo da proteção, que deve ser definitivo, foi escolhido por atender a normas de segurança para esse tipo de estrutura e a uma recomendação da CEEE, que vetou o uso de estruturas metálicas, por serem condutoras de energia. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, afirma que as limitações de segurança e estéticas também inviabilizaram outras opções, como o concreto. O plástico foi descartado por ser muito caro e não haver estrutura de manutenção no órgão para o material.

Entre as opções disponíveis, os tocos de madeira seriam os de manutenção mais simples e barata. Perguntado se havia gostado do resultado, Cappellari não titubeou em dizer que sim. A engenheira civil da EPTC responsável pelo projeto da ciclovia, Lisandra Limas, afirma que a prioridade foi atender às normas de segurança.

Confira a entrevista com a engenheira:

ZH - Os guarda-corpos instalados na ciclovia receberam muitas críticas. A senhora concorda?

Lisandra Limas - A primeira coisa é atender às normas de segurança. Fiz um projeto de guarda-corpo metálico, mas a CEEE não aprovou. No momento em que não foi aprovado, fui para o de concreto, mas para conseguir cumprir as normas, ficaria um paredão de concreto. O Zaffari (financiador do projeto) deu a ideia dos eucaliptos e mandou um modelo, ao qual dei uma aperfeiçoada. E nenhum arquiteto se manifestou para ajudar a desenhar e projetar.

ZH - A EPTC tem arquitetos?

Lisandra - Tem, mas eles não sabiam como, com aquele elemento de madeira, criar algo inusitado e atender às normas.

ZH - A questão urbanística foi discutida?

Lisandra - Sim. Sempre. Montei vários modelos.

ZH - A senhora acha que o resultado ficou bom?

Lisandra - Em termos estéticos, não é o mais belo dos elementos. Mas não é a pior solução. Em termos funcionais, ficou perfeito.

Proteção feita de madeira de eucalipto de reflorestamento atende a normas técnicas nacionais e internacionais

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