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Questão de centímetros

Operário atingido na cabeça por vergalhão fala de acidente

Neurocirurgião disse que caso pareceu ter sido "milimetricamente projetado"

20/08/2012 - 00h39min

Atualizada em: 20/08/2012 - 00h39min


Por poucos centímetros, a região cerebral responsável pela coordenação motora e pela visão não foi atingida

Deve ter alta em cerca de 10 dias o operário Eduardo Leite, de 24 anos, vítima de um acidente de trabalho em uma obra no Rio de Janeiro na quarta-feira passada. Eduardo relembrou, no sábado, como foi atingido pelo vergalhão de dois metros que perfurou o seu crânio.

As imagens do raio-X tridimensional de Eduardo, com uma barra atravessada na cabeça, impressionaram o Brasil na semana passada. Ontem, o programa Fantástico, da TV Globo, exibiu um depoimento gravado no Hospital Municipal Miguel Couto. Gravado no sábado, o vídeo mostra o operário relatando o que lembra sobre o acidente:

- Lembro de ter amarrado o ferro e de ter dado o sinal para o rapaz puxar o ferro lá de cima. Aí o rapaz puxou o ferro. Quando ele puxou, cheguei um pouco para o lado. O ferro foi, escapuliu, e caiu na minha cabeça - diz o rapaz, com a cabeça enfaixada.

Ao cair de uma altura de 15 metros, o vergalhão atingiu a cabeça de Eduardo com um impacto de aproximadamente 300 quilos. A região - entre os olhos - é a pré-frontal do cérebro, responsável por funções associadas ao comportamento. Em uma cirurgia de seis horas, os médicos retiraram o objeto.

O período de internação é o necessário para se ter segurança de que não haverá uma infecção, mas o quadro de Eduardo evolui bem. Somente após retomar a sua rotina poderá ser possível perceber se o operário teve alguma sequela.

Segundo o chefe do Setor de Neurocirurgia do Hospital Miguel Couto, Ruy Monteiro, consultado pelo Fantástico, se o vergalhão tivesse atingido a cabeça de Eduardo um centímetro atrás, o operário teria o movimento do lado esquerdo do corpo comprometido. De acordo com o médico, o acidente pareceu ter sido "milimetricamente projetado" para não atingir nenhuma área vital do cérebro da vítima.


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