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Trote com uso de cabeça de porco gera críticas na UFRGS

Calouros de Engenharia Civil teriam sido orientados a segurar parte do animal durante recepção

20/03/2013 - 22h13min

Atualizada em: 20/03/2013 - 22h13min


Líquido com vísceras de peixe e aparentemente sangue foi jogado nos estudantes

Um trote, em que os calouros foram orientados a segurar uma cabeça de porco ao responderem a perguntas indiscretas ou a posarem para fotografias com a parte do animal, causou indignação entre estudantes da UFRGS. A recepção malcheirosa teria sido feita aos aprovados no curso de Engenharia Civil por volta das 17h30min da sexta-feira passada no Campus do Vale, em Porto Alegre.

Enquanto caminhavam para pegar um ônibus, acadêmicos das Ciências Biológicas viram a movimentação que ocorria nas proximidades do Restaurante Universitário. Conforme relatos de estudantes que pediram para terem os nomes preservados, os calouros da Engenharia Civil ficaram sentados em círculo sobre uma lona, onde tiveram que segurar uma cabeça de porco ao responder a perguntas e, caso não falassem, deveriam beijá-la. Além disso, baldes com água de vísceras de peixe e ovos podres teriam sido jogados nos alunos.

Indignados com o teor do trote, os estudantes de Biologia registraram em fotos e vídeo a situação. Nas imagens gravadas, os calouros aparecem posando para fotos com a cabeça do porco enquanto duas pessoas arremessam um líquido - que aparenta ter sangue - sobre os estudantes agachados.

- Fomos xingados por um veterano. Ele foi nos intimidar, perguntando qual o motivo de estarmos filmando a situação, afirmando que estava em posse de assinaturas dos calouros, autorizando o trote, e que a administração da UFRGS estava ciente do que estava acontecendo - descreve uma das acadêmicas de Biologia.

Diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, o professor Luiz Carlos Pinto da Silva Filho diz que desconhece o teor do trote. Ele comenta que há dificuldade em saber como as recepções são realizadas, pois a organização parte dos alunos. De toda forma, ressalta que a universidade desestimula qualquer tipo de trote que não tenha cunho solidário.

- Não chegou nenhum relato sobre sexta-feira, estava muito feliz justamente porque não teve nenhum tipo de repercussão em toda Escola. Vou procurar amanhã (quinta-feira) os representantes dos alunos para ver se realmente aconteceu e em quais condições - afirma.

Pela legislação da UFRGS, há o repúdio de que os trotes envolvam "violência sob as formas física, sexual e psicológica, bem como importem desrespeito à vida e à dignidade humana". Os responsáveis pelos abusos podem sofrer as sanções previstas no Código Disciplinar Discente, como advertência, repreensão, suspensão ou até mesmo de desligamento.

Confira o vídeo com momentos do trote aos calouros da Engenharia Civil:


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