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Três mortes

Homicídios em sequência na Restinga não estariam relacionados, diz delegado

Rodrigo Pohlmann Garcia afirma que circunstâncias dos três crimes ocorridos domingo foram diferentes

28/04/2014 - 10h37min

Atualizada em: 28/04/2014 - 10h37min


Débora Ely
Débora Ely
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- Esse é o passatempo de uma pessoa que não aguenta mais as mazelas da Restinga.



O perfil de Francisco Almeida possui 2 mil amigos. Já cada uma das páginas arrecada mais de mil seguidores. No entanto, não são todos os moradores da comunidade de mais de 60 mil habitantes que estão satisfeitos com a iniciativa.

- Quero saber quem é a pessoa que está fazendo essas páginas. Ela só arrasa com a Restinga. Tiroteio tem em tudo que é lugar, não só aqui. Olha lá a Vila Cruzeiro. Acho que temos que investir em trabalhos sociais, mas não deixar as pessoas com medo de caminhar na comunidade. Eu caminho à noite e não vejo esses tiroteios - afirmou uma líder comunitária que prefere ter o nome preservado.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Viatura deixa terreno na Avenida Edgar Pires de Castro, onde homem foi morto às 17h21min

Três mortes em um intervalo de 30 minutos na mesma região da cidade alarmaram moradores da Restinga, zona sul de Porto Alegre, na tarde de domingo. Registrados entre as 16h52min e as 17h21min em vias próximas, os homicídios não teriam relação entre si. Ao menos, essa é a linha de investigação seguida até o momento pelo delegado adjunto da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DHPP), Rodrigo Pohlmann Garcia. A hipótese é sustentada pelos perfis diferentes das três vítimas e pelas circunstâncias de cada um dos crimes - além do uso de armamentos distintos.

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- Inicialmente, os indícios mostram que não há conexão, principalmente em relação à terceira morte, na Edgar Pires de Castro. Os dois primeiros eram usuários de crack, com antecedentes criminais e que deviam no mercado das drogas. Já o terceiro estava jogando osso em um local onde estavam mais de cem pessoas, e três homens teriam chegado, segurado ele e disparado - relata o delegado.

O primeiro homicídio foi na Rua Rondônia, onde Aquiles Ferreira Souza, 24 anos, foi baleado na cabeça e no pescoço - segundo a Polícia Civil, a arma usada no crime era uma pistola. O homem seria usuário de drogas e tinha passagens policiais por furto, arrombamento e posso de entorpecentes. Familiares relataram à polícia que a vítima havia deixado o Presídio Central há duas semanas e que morava na rua.

Menos de 30 minutos depois, Diogo Menezes Cardoso, 24 anos, foi atingido por disparos de revólver na Rua Abolição. Na ficha da vítima, constavam antecedentes por lesões corporais e roubo a pedestre. O terceiro caso ocorreu na Avenida Edgar Pires de Castro, na divisa com o bairro Chapéu do Sol. A vítima foi identificada como Samuel Goulart Borba, 26 anos. Duas hipóteses foram levantadas para o homicídio: briga pessoal ou roubo de uma quantia em dinheiro que estaria com Samuel.

Conforme o último índice divulgado pelo Observatório da Cidade de Porto Alegre (Observa Poa), em 2010, a taxa de homicídios na Restinga era de 44,5 homicídios por 100 mil habitantes - enquanto no Centro, por exemplo, a taxa foi de 7,2 no mesmo período.

Mobilização pelas redes sociais

A violência na Restinga ultrapassou os limites do bairro e foi parar nas redes sociais. No Facebook, duas páginas (Restinga Urgente e Moro na Tinga e Tô Vivo) alertam para tiroteios, homicídios e supostos desaparecimentos ocorridos no que batizaram de "Bairro Vermelho".

As páginas nasceram a partir do perfil que leva o nome de Francisco Almeida. O idealizador da iniciativa mantém em sigilo sua identidade para evitar represálias, mas garante:

Publicação by Francisco Almeida.

Publicação by Francisco Almeida.


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