Fim das amarelinhas
Menos duráveis e econômicas, lâmpadas incandescentes estão perto da extinção
Lâmpadas "amarelinhas" estão sendo substituídas gradativamente em todo o país e deixarão de ser fabricadas em 2016
Quem compra lâmpadas incandescentes já deve ter notado que elas estão sumindo das prateleiras. O motivo é uma decisão do governo federal: segundo a Portaria Interministerial 1.007, assinada em 2010, as lâmpadas incandescentes serão substituídas gradativamente, em todo o país, por lâmpadas fluorescentes ou led. Até junho de 2016, todos os modelos não serão mais fabricados.
A troca dos produtos se deve principalmente a três fatores: economia de energia (em média, a fluorescente gasta quatro vezes menos energia que a incandescente), durabilidade (a fluorescente dura cerca de oito vezes mais que as incandescentes) e preservação do planeta (como consomem menos energia, as lâmpadas fluorescentes evitam lançar toneladas de dióxido de carbono na atmosfera).
Conta quatro vezes menor
O coordenador do Programa de Eficiência Energética da Ceee Francisco Gomes afirma que são muitas as vantagens da substituição de lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes.
- Em média, com a troca, o gasto será cerca de quatro vezes menor, e a durabilidade, oito vezes maior. Um fator importante é a questão ambiental, pois o consumo de energia é bem menor - afirma Francisco.
O coordenador explica a diferença entre as lâmpadas led e fluorescentes:
- O modelo led é bem mais caro mas, segundo os fabricantes, dura cerca de 30 mil a 50 mil horas. Já as fluorescentes têm uma durabilidade de, aproximadamente, 6 mil a 8 mil horas.
Consumidores aprovam a fluorescente
Segundo a tabela com as datas limite de fabricação das lâmpadas incandescentes, as de 100W só poderão ser produzidas até 30 de junho deste ano e, as de 60W, até 30 de junho de 2015. Gerente da loja Cia. das Lâmpadas, no Centro da Capital, Rosângela Nascimento afirma que a maioria dos clientes não está informada sobre a substituição. No estoque do estabelecimento, não existem mais as incandescentes de 100W.
- Agora, só temos nas prateleiras de 25W, 40W e um pouco das de 60W, que não estão mais disponíveis no mercado para compra - conta Rosângela.
Ela afirma que as lâmpadas de cor branca são as preferidas do público e, por isso, a loja tem poucas unidades amarelas.
Economia e durabilidade
A vendedora pensionista Dorvalina Neto, 58 anos, só tem lâmpadas fluorescentes em casa.
- A minha conta de luz ficou mais barata, os modelos são muito econômicos - disse Dorvalina.
O economista aposentado Wilmar Hellwig, 76 anos, ressaltou a questão da durabilidade.
- As incandescentes queimavam muito, não duravam mais do que três meses. As fluorescentes são muito melhores - afirma Wilmar.
Já a professora Elizabeth Getz, 60 anos, comprou duas lâmpadas incandescentes de 60W, mas por um motivo especial:
- Na minha casa eu uso lâmpadas fluorescentes em todos os lugares, menos nos meus abajures de cabeceira, onde só cabem as incandescentes.
As datas limite para fabricação
A extinção das lâmpadas incandescentes é gradual, conforme estabelece a portaria. Assim, as incandescentes de maior potência (acima de 150W) já deixaram de ser fabricadas em junho de 2012. Em junho de 2013, também pararam de ser produzidas aquelas com potência entre 61W e 150W. Já em junho deste ano, é a vez das lâmpadas a partir de 60W.
A interrupção da fabricação segue até junho de 2016, atingindo as lâmpadas incandescentes mais fraquinhas, de até 25W. Para todos os casos, a venda das lâmpadas ainda é permitida por um ano depois da proibição de ser fabricada.