Polícia



Sumiço

Desaparecimento de estudante dura dois anos

Roberto Alencris Teichinkoski, na época com 27 anos, foi levado do ponto de ônibus na Zona Norte de Porto Alegre por três encapuzados

30/06/2014 - 08h01min

Atualizada em: 30/06/2014 - 08h01min


Cristiane Bazilio
Cristiane Bazilio
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Lívia Stumpf / Agencia RBS

Já se passaram quase dois anos, mas o semblante pesado e as lágrimas no rosto mostram que não há tempo que aplaque a dor de perder um filho. Mais forte do que a tristeza, porém, é a garra de Christine Ferreira da Silva, 48 anos, que luta incansavelmente para encontrar o filho sequestrado em outubro de 2012, em Porto Alegre. Sem respostas da polícia, sem nenhum contato ou pista que indique o paradeiro de Roberto Alencris Teichinkoski, na época com 27 anos, ela vive de esperanças que alimenta a cada dia com mais dificuldade.

Levado do ponto do ônibus, à luz do dia

- As pessoas acham que com o tempo acalma, mas não. Só piora, porque vai ficando muito difícil manter a esperança de encontrar ele com vida - diz ela.

Em 23 de outubro de 2012, o estudante saiu para trabalhar e nunca mais voltou para casa. No ponto de ônibus, pessoas que pegavam a condução todo dia com ele viram três homens encapuzados descerem de um Fox branco e jogar Roberto para dentro do carro. Desde aquele momento, nunca mais se teve notícias do estudante.

- Nunca nos procuraram, nem para fazer exigências nem para nos ameaçar - lamenta Christine.

MP diz que as investigações prosseguem

Embora na época as suspeitas recaíssem sobre um foragido do regime semiaberto, que teria sequestrado Roberto por ele ter se envolvido com a mulher do bandido, isto nunca ficou provado, e a 5ª DHPP, que investigava o caso, encaminhou o inquérito para a Justiça, sem indiciamento.

- A gente sabia que meu filho estava sendo ameaçado, mas ele jurava que não tinha nada com essa moça. Soubemos extraoficialmente que ela mesmo teria admitido aos policiais que foi o marido dela quem pegou meu filho. Mas nunca provaram - lembra Christine.

Faria 29 anos no dia 6

Segundo o Ministério Público, o processo está no júri, como desaparecimento, sem nenhum acusado. Mas as investigações prosseguem. O MP admite que novos pedidos de diligências foram feitos à Brigada Militar e à Polícia Civil e que aguarda respostas.

Enquanto isso, Christine alimenta o sonho de poder voltar a comemorar o aniversário do filho, no dia 6 de julho.

- Ele vai fazer 29 anos. Muitas pessoas já estão me ligando para falar dele, para lembrar. Enquanto eu não tiver provas de que ele morreu, vou ter esperanças de passar essa data com ele do meu lado - diz a mãe.


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