Extremo Sul
Hospital da Restinga começará a funcionar na próxima segunda-feira
Funcionários se preparam para receber os primeiros pacientes. Inauguração oficial acontece dia 3 de julho
Se fossem um par de espelhos, os olhos da técnica em enfermagem Alessandra Santos da Conceição, 34 anos, mostrariam longos corredores, macas, leitos e lençóis. Afinal, é com este cenário que ela sonha e para isto se preparou e formou. Os dias que antecedem a abertura do Hospital da Restinga e Extremo-Sul, na próxima segunda-feira, estão servindo para Alessandra relembrar o que será colocado em prática a partir de agora. As portas serão abertas as 23h para os primeiros pacientes. No dia 3 de julho, a presidente Dilma Rousseff deve visitar a instituição.
Novo hospital, novo emprego
Do plantio simbólico de uma árvore, em março de 2010, à inauguração do centro de saúde, quatro anos depois, tudo mudou. O bairro e a região ganharam uma moderna instituição hospitalar pelo Sus e, Alessandra, um novo local de trabalho. Na quarta-feira passada, a técnica em enfermagem, que mora no bairro, participou de um treinamento para os futuros funcionários.
Feliz por trabalhar perto de casa
Alessandra trabalhará no Centro de Materiais Esterilizados. Da sua casa até o hospital são 25 minutos a pé ou cinco minutos de ônibus. Para ir ao emprego atual, no Bairro Glória, ela embarca em dois ônibus e demora uma hora e cinco minutos. O emprego no hospital é a realização de um sonho.
- Há 12 anos, decidi fazer o curso quando só havia o terreno. A ideia era um dia poder trabalhar no bairro onde moro. Agora, que o hospital ficou pronto, fui selecionada e contratada - afirmou Alessandra, que deixará o cargo em outro hospital para assumir a nova função.
Últimos ajustes antes da abertura
No hospital pronto, tudo cheira a novo: do mobiliário aos aparelhos e equipamentos médicos. A área interna é enorme, com várias salas, escadas e elevadores que ligam três níveis. Quarta-feira foi um dia de ajustes. Há quatro dias para a abertura, operários acertavam os últimos detalhes. Enquanto um grupo finalizava os acabamentos, outro instalava aparelhos e equipamentos nas salas. A pavimentação na entrada da Emergência estava em fase de conclusão. Segundo a auxiliar administrativa do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Payeras, tudo estará pronto até domingo.
Transferência de pacientes
Na segunda-feira também começa o processo de transferência dos pacientes internados no Pronto Atendimento (PA) para o novo hospital. O PA funciona há dez anos no bairro sob a gestão do Hospital Moinhos de Vento. Segundo a instituição, os funcionários desta unidade também serão transferidos para o complexo hospitalar.
Mais de cem contratados
Mais de 600 moradores da Restinga foram capacitados pela escola de gestão do hospital e, pouco mais de cem, contratados. Além destes, técnicos em enfermagem como Alessandra, Cristiane Silveira, 34 anos, Andresa Oliveira, 34 anos, e Diego Souza, 31 anos, foram selecionados no mercado. O pelotão de auxiliares, técnicos e camareiras vestirá uniformes branco e branco e azul para juntar-se às equipes médica e da área administrativa na abertura da nova casa. Segundo o superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do hospital, Luciano Hammes, cerca de 250 funcionários começam a trabalhar nesta primeira fase - 100 deles moram na Restinga.
Números
Atendimento: será 100% Sus.
População beneficiada: 110 mil habitantes da Restinga e do Extremo- Sul ( Lami, Lageado, Belém Novo, Ponta Grossa e Chapéu do Sol).
Emergência adulto e pediátrica: capacidade de 13 mil atendimentos/ mês.
Exames de diagnóstico: exames laboratoriais, ecografia, eletrocardiograma, Holter, Mapa, ecocardiograma, endoscopia digestiva alta e baixa, além de raio- x e tomografia digitais.
Área construída: 19.148 metros quadrados
Primeira fase
Nesta etapa, será aberto o Pronto Atendimento (PA), com capacidade para atender até 13 mil pacientes adultos e pediátricos por mês.
Além dos 25 leitos do PA, serão disponibilizados 62 leitos para pacientes que necessitarem de internação.
Nesta fase, o hospital contará com 250 colaboradores.
Em pleno funcionamento
O Quando o hospital estiver em pleno funcionamento, contará com 121 leitos de internação e 49 leitos de passagem, totalizando 170 leitos à disposição da comunidade.
Ao todo serão cerca de 800 colaboradores que, preferencialmente, serão moradores da região.
Terá Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Unidade de Terapia Intensiva, Serviço de Reabilitação, Unidade de Diagnóstico, Centro de Especialidades para consultas ambulatoriais e, para a formação de recursos humanos, uma Escola de Gestão em Saúde.
Como vai funcionar?
A porta de entrada do sistema será pelos programas de Estratégia de Saúde da Família.
O Moinhos tem três postos funcionando na região, com seis equipes, e a prefeitura tem mais 12 equipes.
Quando o paciente necessita de uma consulta especializada, o hospital terá dentro do seu complexo um centro de especialidades para atender à sua necessidade.
Ao lado do centro de especialidades haverá um centro de diagnósticos, onde o paciente poderá fazer os exames laboratoriais, cardiológicos e de imagem.
Se, nesta etapa, ele tiver o diagnóstico prescrito, volta para os cuidados da Estratégia de Saúde da Família.
Se necessário, haverá encaminhamento para Upa Hospitalar, que é a emergência do hospital, e para o hospital.
Dentro do complexo há uma escola de gestão para formar moradores da Restinga para trabalharem no hospital.