Nem os comerciantes mais otimistas previam tamanho vaivém de gringos nas ruas do bairro mais boêmio de Porto Alegre durante a Copa. Os bares da Cidade Baixa foram pegos de surpresa por uma avalanche de turistas que busca diversão na Capital.

<A title=http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/tabelas/tabela-copa-do-mundo-2014-298.html/?utm_source=materia&utm_medium=materia&utm_campaign=linkleiamais href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/tabelas/tabela-copa-do-mundo-2014-298.html/?utm_source=materia&utm_medium=materia&utm_campaign=linkleiamais"><FONT title=http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/tabelas/tabela-copa-do-mundo-2014-298.html/?utm_source=materia&utm_medium=materia&utm_campaign=linkleiamais size=3 face="Times New Roman"><SPAN style="FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 12pt" title=http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/tabelas/tabela-copa-do-mundo-2014-298.html/?utm_source=materia&utm_medium=materia&utm_campaign=linkleiamais>Confira a tabela completa do Mundial<BR title=http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/tabelas/tabela-copa-do-mundo-2014-298.html/?utm_source=materia&utm_medium=materia&utm_campaign=linkleiamais>Leia todas as notícias sobre Copa 2014

O fluxo de pessoas é tanto que o trânsito em algumas das principais vias é interrompido durante à noite. Além de lotar os estabelecimentos antes, durante e depois dos jogos, os estrangeiros que perambulam atrás das suas seleções gastam muito mais que os brasileiros.

Na noite de quarta-feira, um casal de holandeses pagou uma comanda de R$ 400 no bar Só Comes, na Rua General Lima e Silva. Enquanto assistiam a partida contra Holanda no Beira-Rio pela tevê, à tarde, um grupo de sete amigos australianos gastou R$ 1 mil em bebidas e petiscos. Nos 11 anos em que o bar está aberto, o proprietário Silvano Piovezan nunca viu nada igual.

- Na média, um casal de fora gasta de R$ 250 a R$ 200. Não esperava que seria tudo isso. Antes da Copa começar, achei que seria um fracasso porque estava tudo parado, pra baixo, sem clima de Copa.

Mais funcionários

Até o primeiro dia do Mundial, ele havia contratado cinco funcionários para trabalhar durante a competição. Quando percebeu que o bar passou a lotar todos os dias, chamou mais cinco. E mesmo assim, é preciso jogo de cintura para atender a todo mundo.

Só o lucro da quarta-feira equivale ao de quatro dias de funcionamento normal do bar.

- Abrimos ao meio dia e estamos atendendo até às 6 horas da manhã do dia seguinte.

A diretora do Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares de Porto Alegre (SindPoa), Fernanda Etchtare, considera que os turistas holandeses e australianos estão gastando bem mais que os franceses, os primeiros a chegar a Capital para Copa.

- São alegres e mais dispostos a gastar, muitos estão de férias e querem lazer.

Bebem muito e no bico

Um hábito gringo que faz a alegria dos comerciantes é a individualidade dos turistas para beber cerveja. Embora estejam em grupo, cada um pede a sua garrafa, sem dividir.

- Bebem no bico de uma garrafa de 600ml e não se importam se está gelada. Bebem até com a cerveja em temperatura ambiente - conta o sócio-proprietário do Casa Azul Hostel, Rafael Favero.

Chegou a faltar cerveja durante o segundo jogo do Brasil, na terça-feira. Para a partida que começou às 16 horas, o bar abriu às 14 horas e às 14h20 precisou fechar, porque já estava lotado.

- Tinha fila para entrar, mas não tinha mais mesa. Ontem (na quarta) tive que fechar às 19h30 porque não dava para entrar também.

Para não deixar mais gringos de boca seca, está reforçando o estoque de bebidas em 25%. O local é um dos pontos mais tradicionais do bairro para assistir os jogos. Antes da Copa começar, Rafael comprou três TVs de 43 polegadas e outras quatro que formam um telão. Até 2 de julho, está com os 46 leitos do hostel reservados.

- Desde o primeiro dia de jogo temos muito movimento. Todos os dias é movimento de final de semana.

Bem atendido

Hospedado no Casa Azul Hostel, o australiano Tom Mcklinlay, 24 anos, que é gerente de um bar em Melbourne, conta que gasta, em média, R$ 100 por noite em bebidas. Ele ficou três dias em Porto Alegre para o jogo contra a Holanda e disse que foi bem atendido em bares e restaurante. Segundo ele, os comerciantes são amigáveis. Ele elogia o modo de pagamento, através de comanda e com cartão de crédito, embora reconheça que assim é mais fácil perder o controle do que se está consumindo.

Pé atrás com os argentinos

Festeiros, australianos e holandeses também tiverem seu comportamento elogiado por comerciantes.

- Meu bar estava lotadíssimo, mas não teve nenhuma confusão - conta o gerente do Pinguim, Mário Araújo.

A mesma confiança, no entanto, não se tem em relação aos argentinos, que devem começar a  chegar a Porto Alegre neste final de semana para o jogo de quarta-feira, no Beira-Rio, onde enfrenta a Nigéria.

- A gente tem um pouco de receio - confessa Mário.

- Eles têm uma exaltação que é natural deles, mas tem muito policiamento aqui, quatro policiais em cada esquina - opina Rafael Favero.