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Está no vermelho?

Confira dicas para voltar a ter o nome limpo na praça

O Diário Gaúcho conferiu as dicas que um economista deu para uma vendedora de livros didáticos pagar as dívidas e lhe mostra como este caso pode lhe ajudar a sair do vermelho

30/07/2014 - 07h03min

Atualizada em: 30/07/2014 - 07h03min


Mateus Bruxel / Agencia RBS
A microempresária Nair, moradora da Lomba do Pinheiro, quer sair do vermelho

Vendedora de livros didáticos, Nair Alves Barbosa, 55 anos, do Bairro Lomba do Pinheiro, perdeu-se nas contas a pagar desde o início deste ano e, desde então, só tem somado dívidas. Com os primeiros quatro conselhos do economista Everton Lopes, especialista em finanças pessoais e criador do site www.semprecomdinheiro.com.br, ela pretende sair do vermelho até o final de 2014.  

Atenção aos sinais
Uma bacia de plástico repleta de documentos a serem pagos e um envelope lotado de notas fiscais refletem a atual situação da microempresária Nair. Atuando no ramo de venda de livros didáticos há seis anos, Nair enfrenta a primeira crise financeira desde o início deste ano, quando separou-se e assumiu sozinha as contas da casa. Há dois meses, ela teve o nome incluído no SPC e no Serasa, e só viu a situação piorar.
 
- Sozinha, fui me perdendo nas contas e, hoje, reconheço que não sei mais o quanto eu tenho para pagar - desabafou Nair, mostrando a desmotivação.
 
- É preciso estar sempre atenta. Existem sinais que mostram quando orçamento familiar deve ser reavaliado: quando se compra a prazo o que antes era comprado à vista, quando o limite do cheque especial estoura, quando se está pagando o mínimo da fatura do cartão de crédito, quando as contas começam a ser pagas com atraso - alertou Everton.
 
Colocar as contas no papel
Ao ver a falta de planejamento de Nair, o economista priorizou a organização da papelada. Até a primeira semana de setembro, ela terá como tema de casa separar as contas da empresa e da família. Depois, deverá colocar tudo numa planilha.
 
- Organização é fundamental. Elimine o envelope e a bacia, dividindo em duas pastas tudo o que ganha e o que deverá pagar. Você precisa enxergar o que gasta e o que ganha - explicou o consultor à microempresária.
 
Priorizar as dívidas
Nair tem conseguido pagar a água, a energia elétrica e as despesas com a alimentação e educação dos dois netos, de 12 e 13 anos, criados por ela. O problema são os quatro cartões de crédito e os cheques dos dois bancos aos quais está vinculada.
 
Everton aconselhou a microempresária a priorizar, neste primeiro momento, os pagamentos da pessoa jurídica para não ficar com o nome da empresa sujo no mercado. As outras contas, que levaram Nair ao SPC, deverão ser deixadas de lado por enquanto até serem renegociadas na próxima etapa.
 
- É preciso entender que as mudanças poderão demorar mais do que se imagina. Administrar as finanças não depende de quanto se ganha no final de cada mês, e sim como administra cada Real que entra e sai do seu bolso - disse Everton a uma Nair ainda insegura.
 
Corte na própria carne
Único bem da família além da casa, o carro de Nair poderá entrar nas negociações nos próximos meses, caso ela não consiga saldar as dívidas. Vendendo o veículo, ela poderia quitar o que deve e ainda ter um valor para continuar administrando a empresa. Nair ainda não pretende se desfazer dele por considerá-lo primordial para as vendas nas feiras de livros espalhadas pelo Estado.
 
- Você poderia se deslocar de ônibus ou alugar um veículo apenas para este deslocamento específico. É algo a se pensar para o futuro. Por enquanto, elimine a tevê a cabo e outros gastos complementares, como lazer. Será necessário para começar a mudar a sua vida financeira - finalizou Everton.
 
- Seguirei todas as dicas para sair deste buraco. Estou confiante de que é possível mudar - agradeceu Nair, com esperanças renovadas.
 
Método ABCD pode ajudar na hora de cortar custos
Corte gastos usando o método ABCD. Comece eliminando as despesas com a letra D e, se necessário, siga os cortes, sempre de baixo para cima: C e B. O A só pode ser cortado em caso de extrema necessidade, pois são as despesas necessárias para a sobrevivência.
 
A -
Alimentação: gastos com supermercado, despesas com padaria e açougue.
B - Básicos: água, energia elétrica, telefone/internet, saúde, gastos com prestação ou aluguel da casa, condomínio, despesas com a manutenção da casa, farmácia e educação dos filhos.
C -
Complementares: gastos com vestuário, cursos e lazer (locadoras, alimentação fora de casa, cinema, passeios etc.).
D - Desnecessários: gastos com juros do cartão de crédito, atrasos de pagamentos diversos, empréstimos, multas.
 
Tabela que faz a diferença
- Anotar em uma tabela todas as contas é uma ótima maneira de organizar as suas finanças. Inclua aí os gastos com prestações, aluguel, contas de água, luz e telefone, supermercado, cursos, presentes e por aí afora.

- Some o total dos gastos. Em conjunto com os familiares, deve-se rever o orçamento e começar a cortar gastos para, ao final das contas, comprometer até 90% da renda. Os outros 10% servirão para dar início à reserva financeira da família.
 
FONTE: economista e consultor em Finanças Pessoais Everton Lopes


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