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BR-448

Rodovia do Parque completa seis meses no improviso

Inaugurada em dezembro de 2013, BR-448 desafogou o trânsito da BR-116, mas precisa melhorar. Semestre foi marcado por acidentes, escuridão e acessos bloqueados

03/07/2014 - 07h02min

Atualizada em: 03/07/2014 - 07h02min


Marcelo Oliveira / Agencia RBS

A Rodovia do Parque (BR-448) realmente melhorou o escoamento do trânsito que congestionava a BR-116 e tornou mais rápido o acesso à BR-386 (Tabaí-Canoas). Mas passados seis meses da sua inauguração, ainda há muito por fazer e consertar.

Acessos à Canoas, Esteio e ao Bairro Humaitá, na Capital, continuam bloqueados, e parte da estrada está às escuras por causa do furto de fios. Além disso, motoristas continuam reclamando de desníveis no asfalto e da falta de sinalização em alguns trechos.

Em quatro meses, três mortes
Outro ponto negativo é o número de acidentes graves. Nos primeiros quatro meses, foram quatro casos, três deles resultaram em morte. Na madrugada de 21 de junho, um caminhão com 36 toneladas de arroz tombou no km 22, sentido interior-Capital, próximo à alça de acesso à Arena do Grêmio, na entrada de Porto Alegre, que está fechada. O motorista não se feriu, mas o trânsito ficou bloqueado em duas das três faixas da ponte estaiada.

Motoristas alertam para riscos
Para caminhoneiros como Diego Nunes Machado, 22 anos, que passam diariamente pela rodovia, as emendas de asfalto nas cabeceira das ponte continua sendo o principal problema.

- Dá um solavanco no caminhão, podendo danificar a suspensão do veículo - afirma.

Colega de profissão de Diego, Fernando da Silveira, 29 anos, chama a atenção para outro aspecto que prejudica especialmente condutores de veículos pesados.

- A curva de acesso à Freeway é muito acentuada - revelou.   

Obras à espera de licitação
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Estado, Pedro Luzardo Gomes, informa que os dois acessos que precisam ser concluídos (Esteio e Canoas) estão em fase de elaboração do edital para que as obras sejam licitadas. Em relação às condições do asfalto, o superintendente explica que a rodovia passa por monitoramento devido ao recalque do aterro. Pedro Gomes disse que reparos são realizados periodicamente. Segundo o superintendente, quando o solo estabilizar, não haverá mais desníveis no pavimento.

Canoas libera acessos e assume iluminação
Os acessos provisórios à BR-448 foram liberados pela prefeitura de Canoas na semana passada. O secretário de Obras, Alcy Paulo de Oliveira, explica que eles são necessários porque a Avenida das Canoas, localizada no Bairro Central Park - principal acesso à rodovia federal - aguarda 217 metros de asfalto que devem ser executados pelo DNIT. O município também assumiu a iluminação da BR-448, no trecho de Canoas, que corresponde a 70% da rodovia. O custo para o município será de R$ 600 mil mensais. Serão investidos R$ 300 mil nas redes que foram danificadas. O Dnit já havia anunciado mudanças no sistema de iluminação para evitar furtos. Em vez de ser subterrânea, ela passará a ser aérea. Um edital está em fase de preparação para que seja adotada a substituição.

Pontos sem luz*
Do km 0 ao 1, em Sapucaia do Sul

Do km 3,6 ao 4, entre Esteio e Canoas

Do km 8 ao 9, em Canoas

Do km 10 ao 15, em Canoas

Do km 16 ao 20, em Canoas

Do km 21,5 ao 22, em Porto Alegre

Total: 12km

* Levantamento feito em maio pela PRF. 

Na Capital, alça bloqueada e prejuízo de R$ 24 mil
O único acesso da rodovia ao Bairro Humaitá, na Zona Norte da Capital, e à Arena do Grêmio, segue fechado e dando prejuízo à EPTC. Segundo o diretor-presidente Vanderlei Cappellari, desde a inauguração da rodovia em 20 de dezembro foram instaladas duas lombadas eletrônicas para controlar a velocidade de veículos na Avenida Padre Leopoldo Brentano, mas até hoje não foram ligados. Pelo aluguel dos dois equipamentos, a EPTC já pagou R$ 24.132 (R$ 2.011 por mês por cada um módulos).

- O Dnit ficou de fazer o cercamento e sinalizar a área limitada para pedestres na descida, mas até hoje não fez - afirmou Cappellari.

Histórico de acidentes
A rodovia tem 22,3 km entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre

Segundo a PRF, a maioria dos acidentes registrados na BR-448 está relacionada à velocidade acima dos 100 km/h para veículos leves e 80 km/h para caminhões.

Nos seis meses, foram registrados quatro acidentes graves e três mortes:

15 de janeiro: caminhão carregado com erva-mate tombou na alça de acesso da BR-448 à freeway. O condutor não se feriu.

6 de fevereiro: Tomas Vargas Mossmann, 31 anos, morreu depois de ser atropelado e jogado para baixo de uma alça de acesso da rodovia.

22 de março: motociclista Michel Jost Freitas, 24 anos, morreu perto do acesso a Capital.

10 de abril: motociclista Jorge Conceição Rodrigues, 57 anos, natural de Canoas, morreu após cair da rodovia na alça de saída para a Freeway.


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