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Barro engole parte da Estrada João de Oliveira Remião, em Porto Alegre

Trecho encharcado impede a circulação de ônibus

14/08/2014 - 07h02min

Atualizada em: 14/08/2014 - 07h02min


Mateus Bruxel / Agencia RBS

É uma situação crônica: basta chover para os moradores da Estrada João de Oliveira Remião, na localidade do Passo da Batalha, divisa entre Viamão e Porto Alegre, dependerem de um reboque divino. Há uma semana, um trecho encharcado de quase 100m da via, próximo à parada 35, impede a circulação das duas linhas de ônibus da região. Resultado: os coletivos desviam até 10km e deixam centenas de passageiros a pé.
Quando o problema ressurge, recorrente há mais de três décadas, só cavalos, carroças, motos, veículos com tração nas quatro rodas e quem não se importa de sujar os sapatos conseguem atravessar a área. A linha circular/alimentadora Passo da Batalha, da Capital, que deveria seguir pela estrada até a Parada 21 do Bairro Lomba do Pinheiro, deixa 14 paradas de ônibus sem atendimento. Já a Capororoca, linha municipal de Viamão, não atende as três paradas finais.

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Na segunda-feira, com barro engolindo os sapatos, a dona de casa Ivanir Alderette, 47 anos, moradora do Passo da Batalha, enfrentou a lama para buscar o filho na escola _ distante cerca de 3km.
- Ele ia e voltava de ônibus. Mas, desde a semana passada, está indo a pé, e eu tenho que acompanhá-lo. O pior é quando chove, pois já chega sujo na aula - contou Ivanir.

Zona esquecida

De moto, o motorista Maicon Morigi, 29 anos, morador há 16 anos da região, enfrenta o barro diariamente para ir ao trabalho e faz equilibrismo para não se sujar, como andar com os pés suspensos no ar.
- Pago impostos para ter uma estrada em boas condições, mas isso não existe por aqui. Estamos numa zona esquecida - reclamou.

Melhorias, só com sol

Por cruzar exatamente a divisa das duas cidades, a estrada sempre gera dúvidas entre os moradores sobre qual prefeitura deve fazer a manutenção. A Secretaria de Agricultura de Viamão garante a responsabilidade, mas não garante pavimentação tão cedo. Na cidade, são mais de 1,2 mil km de estradas rurais que dependem de manutenção. Conforme a Secretaria, são precisos até quatro dias sem chuvas para que as máquinas façam o patrolamento e seja espalhado saibro na estrada João de Oliveira Remião. Ontem, a patrola voltou a trabalhar no local, mas até o fechamento desta edição não havia finalizado o serviço.
Até que São Pedro deixe de ser o rebocador dos moradores da Parada 35, o artesão Davi José Ribeiro, 59 anos, morador há uma década do Passo da Batalha, continuará colecionado para-choques abandonados à força pelos veículos que atolam na estrada. O último deles foi retirado da via na segunda-feira passada.


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