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Pah!

Gurizada aprende a fazer cinema em Canoas

Projeto Cinescópio capacida estudantes do ensino médio da rede pública

26/09/2014 - 08h05min

Atualizada em: 26/09/2014 - 08h05min


Luiz Armando Vaz / Agencia RBS

Depois do projeto Cinescópio, 120 estudantes do ensino médio da rede pública de Canoas passarão a ver as produções audiovisuais com outros olhos. Além da capacitação gratuita para abrir caminho, quem sabe, a um futuro profissional relacionado à sétima arte, eles estão desenvolvendo criatividade, a sensibilidade e descobrindo detalhes sobre vídeos e filmes que nunca tinham imaginado. Nesta semana, o Pah! visitou o grupo de 20 alunos que está participando do projeto na Escola Estadual Visconde do Rio Branco, no Bairro Rio Branco, e conferiu o trabalho.
- Nunca mais vou ver um filme da mesma maneira! Agora, descobri como é feita cada etapa do filme. O que mais me surpreendeu foi o som, que é gravado antes - contou Ritiele Pereira do Nascimento, 17 anos, que está no terceiro ano.
Autor do projeto, o diretor de cena David Reis, 27 anos, explica que a intenção é abordar questões jovens numa linguagem que eles conhecem e que a escola trabalha pouco.
- Estamos capacitando os jovens, mostrando que é possível transformar o curso em trabalho.

Curtas serão exibidos

Nos três primeiros dias da oficina, a gurizada aprende fundamentos (história do cinema) e técnicas do audiovisual, fez o roteiro (argumento, Story Line, Story Board), a produção e, nos dois últimos, os alunos gravam os curtas com equipamento profissional (os estudantes são os personagens) e editam o curta numa ilha de edição montada na própria escola. De acordo com a produtora audiovisual Ale Horn, 25 anos, ao final do projeto, os 20 curtas serão exibidos numa mostra aberta à comunidade.
Aluno do primeiro ano, Victor Eduardo Villela de Oliveira, 16 anos, conta que gosta de se comunicar e ficou animado com a possibilidade de aprender a trabalhar com audiovisual.
Da mesma série, Diovano Andrei Rodrigues, 15 anos, compartilha do gosto pelas artes:
- Sempre gostei de câmera, já fiz book, já desfilei.
Já Ritiele destaca a valorização do trabalho audiovisual.
- Não pensava que havia tantas pessoas envolvidas na gravação de um curta. Não pensei que fosse tão complexo. São horas de trabalho para um resultado de dois minutos.
Com o financiamento do Programa de Incentivo à Cultura (Pic) e Secretaria da Cultura de Canoas, e apoio da Pyra Filmes, o projeto prevê contemplar seis escolas públicas localizadas nos bairros Rio Branco, Fátima, Guajuviras, Mathias Velho, Marechal Rondon e Niterói. Ao final, os estudantes receberão certificado de participação.
- Seria muito legal se todos tivessem essa oportunidade - finaliza Andressa Nolasco, 16 anos.

Temática dos filmes é livre

Como as gravações são realizadas no ambiente escolar, boa parte dos temas dos curtas-metragens está relacionada ao cotidiano dos estudantes. Alguns grupos aproveitaram a oportunidade de também apresentar temas que merecem discussão e reflexão.
Um dos filmes, por exemplo, vai tratar do homossexualismo, outro de estereótipos como patricinhas versus nerds.
Como já manjam de enquadramentos, luz e edição, Ritiele e Andressa, que estão no terceiro ano, pensam em produzir vídeos para marcar o último ano na escola.
- Eu fui aluno desta escola (Visconde do Rio Branco), é uma satisfação voltar - conclui David.

- Além da Visconde, as escolas Marechal Rondon, Bento Gonçalves, Jussara Polidoro e Guarani estão participando da oficina. Para saber mais sobre o projeto: facebook.com/projetocinescopio


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