Educação na Capital
Depois de 15 anos de batalha, escola será reformada
Desde 2000, a comunidade escolar da Escola Estadual Maria Cristina Chika, na Lomba do Pinheiro, luta para conseguir a construção de um prédio para dar fim ao improviso por conta das más condições do espaço físico.
O primeiro passo em direção ao fim de uma espera que durou cerca de 15 anos foi dado nesta semana, no pátio da Escola Estadual Maria Cristina Chika, na Lomba do Pinheiro. Após a assinatura da ordem de início das obras de recuperação e ampliação, na semana passada, começou nesta segunda-feira o desmanche da primeira brizoleta (escolas de madeira, construídas no Estado entre 1959 e 1963, pelo então governador Leonel Brizola), que dará espaço à edificação de três andares que abrigará 12 salas de aula.
- Eu estou muito alegre! As crianças vão ter qualidade na aprendizagem porque o ambiente ajuda. A escola é meio social, para o encontro com os amigos, que oferece a alimentação - observa a diretora Gleci Medeiros, que leciona na escola desde 1991 e deve encerrar a carreira no final deste ano.
O Diário Gaúcho acompanhou nos últimos anos a dificuldade enfrentada por professores e alunos da escola por conta do espaço físico inadequado. Um dos pavilhões de madeira chegou a ser interditado (estava envergado e apresentava buracos no assoalho), o que reduziu o número de salas. Com isso, a biblioteca virou sala de aula e foi necessário estabelecer turnos alternativos para atender aos estudantes. Outra dificuldade mostrada pelo jornal foi o problema com a documentação do terreno da escola, resolvido, conforme a diretora, com o usucapião (posse por tempo de uso).
- As salas estavam caindo aos pedaços. Em 1993, eu estudei nas salas que estão sendo desmanchadas hoje e elas já não tinham boas condições - lembra a dona de casa Márcia Silva de Oliveira, 34 anos, que hoje é mãe de uma aluna do segundo ano.
A dona de casa Dagmara Barbosa Rodrigues, 36 anos, mãe de um aluno do sétimo ano, conta que já havia perdido a esperança de ver o prédio novo, mas está contente com a conquista.
- Finalmente, a obra da escola saiu! - disse a aluna do quarto ano Bruna Vitória Almada Azevedo, nove anos.
A aluna Franciele de Oliveira Fagundes, sete anos, do segundo ano, já imagina como será a nova escola:
- Acho que a sala de aula vai ser bem bonita!
Adaptações serão necessárias
Ontem, a direção da escola conversou com os pais para explicar a nova distribuição dos turnos (esquema que já havia sido utilizado em 2012 e 2013), medida necessária enquanto a obra estiver em andamento - o tempo estimado da obra é de dois anos.
O primeiro grupo de alunos estudará das 7h30min às 11h, o segundo das 11h às 14h30min e o último das 14h30min às 18h. O ano letivo será estendido até a primeira semana de janeiro de 2015 para o cumprimento do calendário.
Por conta do tempo, a merenda será alternada, entre comida e lanches. As aulas de Educação Física também terão de sofrer adaptações (jogos de mesa e atividades no pátio) porque a quadra esportiva está localizada em pleno canteiro de obras, isolado por tapumes, para segurança dos alunos.
Ampliação das vagas
Por conta do espaço reduzido, as vagas foram diminuindo. Hoje, a escola atende a 699 estudantes, mas já teve condições de acomodar 800. Gleci informa que existe a possibilidade, a partir da entrega do prédio, de a Maria Cristina Chika oferecer também o ensino médio. Há a expectativa de que a primeira parte do serviço possa ser entregue no segundo semestre de 2015.
O custo da obra será de R$ 2,9 milhões. Segundo a direção, a primeira etapa contempla o prédio de três andares e quadra esportiva coberta. Na etapa seguinte, será realizada a reforma do prédio onde os alunos estudam atualmente.
- A comunidade merece essa obra, é muito apegada à escola - avalia a diretora.
Entenda a espera
- Em 2000, começou a batalha da direção da escola para construir o prédio que substituirá as brizoletas.
- Com a interdição de um dos pavilhões de madeira por conta das más condições, a outra brizoleta também deixou de ser usada, diminuindo em oito salas de aula o espaço físico da escola.
- Para driblar a dificuldade, foram criados turnos de aula para atender a todos os alunos. A biblioteca virou sala de aula e o espaço para educação física reduzido. De 800 vagas houve redução para 680.
- No início de 2013, uma notícia no site da Secretaria Estadual da Educação animou a comunidade escolar: a escola sairia do papel em março, o que não ocorreu.
- Em março deste ano, a escola foi informada pela secretaria que a obra começaria ainda em 2014.
- Na quinta-feira passada, foi assinada a ordem de início das obras de recuperação e ampliação na escola.
- Nesta segunda-feira, começaram os trabalhos na escola, com o desmanche do primeiro pavilhão de madeira.