Agentes penitenciários que atuam no transporte de presos planejam começar na segunda-feira operação-padrão. O protesto tem por objetivo alertar sobre deficiências no serviço, como a falta de servidores e más condições dos veículos da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), e será mantido por tempo indeterminado.

A ação, que envolverá apenas os servidores do Núcleo de Segurança e Disciplina (NSD) da Susepe, deve interferir principalmente no comparecimento de detentos a audiências judiciais na região metropolitana. O setor também é responsável por levar presos a julgamentos, fazer escolta hospitalar e transferências.

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O presidente do sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado (Amapergs), Flavio Berneira Junior, disse que o ato foi decidido na quinta-feira e que a Susepe foi informada por meio de um ofício:

- Mas o problema vai além da Susepe, a Susepe não tem recursos. O governo cortou horas-extras. Os servidores deste setor fazem 80 horas-extras por mês.

Antes, recebiam 40 e as demais iam para um banco de horas. Agora, não recebem mais nada e estão todos os dias arriscando a vida.

Conforme o diretor jurídico da entidade, Cristiano Fortes, seria necessário um aumento de, no mínimo, 70 agentes no setor. Por dia, são feitas em média cerca de 150 audiências na região metropolitana e em 40% dos casos presos deixam de ser apresentados ao Judiciário por falta de condições da Susepe.

- É uma operação-legalidade, só queremos cumprir o que está na lei. Vamos intensificar a operação até que se resolva o problema. O governo precisa ter uma visão sistêmica dos problemas. Não adianta fazer economia sem considerar o prejuízio para a população - destaca Fortes.

A assessoria de imprensa da Susepe informou que o órgão só vai se manifestar sobre a operação na segunda-feira.