Os 11 alunos com necessidades educativas e médicas especiais levados, diariamente, pela prefeitura de Guaíba para diferentes tratamentos em Porto Alegre ficarão sem o transporte pelo menos até o final deste mês.

Desde a semana passada, os transportados, com idades entre três e 18 anos, tiveram suspensa a van que os levava para três pontos da Capital, no turno da manhã.

Sem alternativa, a dona de casa Angela Maria Moraes Santana, 52 anos, avó de Lorenzo, três anos, deixou de levar o neto para a Kinder - Centro de Integração da Criança Especial, no Bairro Partenon, onde o menino estuda, faz terapia ocupacional e tratamentos diários de fisioterapia e fonoaudiologia. Lorenzo teve paralisia cerebral no nascimento e depende de cadeira especial.

- Meu temor é que ele não pode faltar três vezes no mesmo mês, pois perderá a vaga. Levá-lo de ônibus é um sacrifício para ele - lamenta Angela, do Bairro Florida.

Preocupada com o tratamento da filha Nicole Fernandes, 12 anos, a manicure Deniane Fernandes, 29 anos, ainda não sabe como levará a menina, que tem má-formação congênita da coluna vertebral, para fazer os tratamentos em Porto Alegre.

Sem tratamento

As duas também moram no Florida. Há três anos, elas são usuárias do transporte da prefeitura.

- Ela já perdeu duas semanas de tratamento. Não sei ainda como farei - comenta Deniane.

Para regularizar o provisório

De acordo com a secretária municipal de Educação de Guaíba, Lucia Polanczyk, a interrupção do serviço deve-se à necessidade de fazer nova licitação para o transporte das crianças. Desde novembro do ano passado, o transporte era feito de forma provisória.

Até a finalização da licitação, que terá como limite seis meses, a prefeitura recorrerá ao contrato emergencial com uma empresa de transporte da cidade.

Promessa

A previsão é de que o problema esteja solucionado até o final deste mês. 

- Esta é uma interrupção pontual que estimamos resolver brevemente. O atendimento altamente especializado é fundamental, mas temos que cumprir as determinações legais, até para não prejudicar o serviço - justifica.