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Operação policial prende três PMs suspeitos de executar adolescente na zona leste de Porto Alegre

Vítima, que já havia cometido atos infracionais, levou dois tiros, sendo que um foi na nuca

08/07/2015 - 07h31min

Atualizada em: 08/07/2015 - 07h31min


Cid Martins
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
PM é encaminhado à delegacia na manhã desta quarta-feira

A 5ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre realizou na manhã desta quarta-feira uma operação policial para prender três PMs suspeitos de executar um adolescente de 16 anos m fevereiro deste ano. O crime ocorreu no cruzamento das avenidas Ipiranga e Antônio de Carvalho, bairro Partenon, na zona leste da cidade. As informações são da Rádio Gaúcha.

Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e cinco de busca em vários pontos da Capital, inclusive no 19ª Batalhão da Brigada Militar (BM). O pai de um dos PMs também foi detido por porte ilegal de arma. A Corregedoria da corporação participa do trabalho e também investiga o caso por meio de um Inquérito Policial Militar.

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A vítima, que já havia cometido atos infracionais, levou dois tiros, sendo que um foi na nuca. O corpo de Guilherme Pacheco de Oliveira foi encontrado às margens do Arroio Dilúvio. Segundo a perícia, o adolescente teria sido forçado a ficar de joelhos, de frente para um muro, até levar dois tiros por alguém que estaria atrás e muito perto dele.

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Operação reúne 60 policiais

Além do quartel que fica na Terceira Perimetral, também no bairro Partenon, cerca de 40 policiais civis e 20 brigadianos cumprem mandados judiciais no bairro Camaquã, na Zona Sul, no bairro Mario Quintana, na Zona Norte, e Agronomia, na Zona Leste. Apenas um mandado judicial em Canoas não foi cumprido pelo fato de que a Justiça local não autorizou.

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Para a polícia, a decisão prejudicou parte da ação. Sobre os alvos, dois PMs foram localizados na sede do batalhão da Zona Leste e um deles, que estava em licença de saúde, foi encontrado na região da Colina (Agronomia). Estão envolvidos no crime um sargento e dois soldados.

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Crime foi classificado como execução

A delegada Jeiselaure de Souza, da 5ª Delegacia de Homicídios, diz que no dia do fato, 20 de fevereiro deste ano, já havia desconfiado de que tinha ocorrido uma execução e que poderia envolver policiais. Segundo ela, houve uma grande revolta da comunidade, inclusive protestos com críticas à polícia. As pessoas diziam que o jovem havia sido assassinado por brigadianos.

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Depois disso, a forma com que o corpo foi encontrado e o tipo de arma usada no crime reforçaram a hipótese de execução. Guilherme de Oliveira teria sido abordado pelos PMs por atos infracionais que teria cometido, inclusive ele já tinha passagens na polícia por isso e havia também sofrido uma tentativa de homicídio. A partir de então, com o depoimento de testemunhas e de envolvidos, com base nos laudos periciais e nos fatos apurados durante a investigação, a polícia concluiu que houve mesmo uma execução. Os PMs poderão ser indiciados por homicídio qualificado.


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