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Mercado de trabalho

Plano que reduz jornada de trabalho e salários divide sindicatos no país

Medida, que foi lançada pelo governo na segunda-feira, prevê redução de jornada de trabalho e de salários

07/07/2015 - 08h10min

Atualizada em: 07/07/2015 - 08h10min


Wilson Dias / Agência Brasil
Dilma assinou medida do Programa de Proteção ao Emprego nesta segunda-feira

Sindicatos do centro do país estão divididos em relação à Medida Provisória (MP) que permite que empresas com dificuldades financeiras reduzam a jornada de trabalho dos funcionários. O Programa de Proteção ao Emprego,lançado na segunda-feira pelo governo federal, propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário.

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Dois sindicatos de regiões paulistas onde houve demissões este ano apoiam a medida. São os sindicatos de metalúrgicos do ABC paulista e de Taubaté.

Seis sindicatos que representam trabalhadores da Fiat e General Motors criticam a proposta de reduzir salários para garantir empregos. Para eles, a medida dificilmente seria aprovada em assembleias com os trabalhadores.

A MP do governo está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira. O governo estima que a medida custe R$ 100 milhões aos cofres públicos em 2015, e as empresas terão até o final do ano para aderir ao programa.

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Empresas avaliam programa do governo federal de redução de jornada

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) vai ter reunião na próxima quarta-feira com 18 das grandes empresas, que representam 80% da força de trabalho da cidade, para analisar a medida provisória do governo federal que permite que empresas com dificuldades financeiras reduzam a jornada de trabalho dos funcionários.

O presidente do sindicato, Getúlio Fonseca, adianta que qualquer avaliação depende de até onde vai a crise. Se ela continuar, o sindicato teme que a empresa possa ficar presa ao programa e não valeria a pena, porque as empresas já tem programas próprios de flexibilização de jornada até o fim do ano.

Sindicatos estão divididos em relação ao projeto. Muitas centrais participaram da discussão sobre o programa e concordaram que o momento atual pedia uma medida como essa. Na segunda-feira, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou números do primeiro semestre e foram fechadas 7,6 mil vagas e cerca de 30% dos trabalhadores estão em férias coletivas, lay-off ou licença remunerada.

Mas há também sindicatos reticentes porque, para que a empresa entre no programa, primeiro ela precisa de acordo com o sindicato. Depois tem de se comprometer em não demitir ninguém durante o período vigente do programa, que pode ser de seis meses, prorrogado por um ano. Ao término do período, precisa manter os trabalhadores por um terço do tempo da adesão.

*Rádio Gaúcha


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