Opinião
Felipe Bortolanza: quer se emocionar? Entreviste uma criança
Editor-executivo do Diário Gaúcho fala sobre os sonhos das crianças atualmente
Quer se emocionar, se divertir e se surpreender ao mesmo tempo? Pois basta fazer duas perguntas a uma criança:
- Qual teu maior sonho?
- O que quer ser quando crescer?
Especialmente na faixa entre os cinco e os dez anos, as respostas costumam deixar adultos de boca aberta. Tenho uma tese para isso. A lógica do pensamento infantil, que é imprevisível, combinada com o racionalismo de quem é "gente grande", muitas vezes infestado pelo pessimismo, gera o choque de percepções. E isto é maravilhoso! Faça o teste.
Fiz com meu filho, de cinco anos. Ele disse que quer ser massagista ou Power Rangers. O primeiro porque percebe como ele agrada ao apertar bem forte as costas do pai, da mãe, dos avós, do dindo. O segundo, porque os heróis japoneses são do bem e vencem o mal. Ou seja: na sua lógica, quer ver o mundo em paz e a família feliz!
Em função do Dia das Crianças, na edição do Diário Gaúcho do próximo final de semana, os leitores já terão a oportunidade de conferir uma bela reportagem especial sobre infância, feita pela colega Jeniffer Gularte. Você vai se supreender com as respostas de quatros personagens que responderam às duas perguntas listadas no início desta crônica.
São dois meninos e duas meninas que também retratam sentimentos nobres. Não têm ainda em sua mente ranços que corrompem os sonhos dos adultos. E como faz bem a corações endurecidos ouvir desejos infantis. Percebe-se como nossa vida seria menos caótica e violenta se os anseios de infância durassem até os 30 anos, pelo menos.
Seguramente haveria mais heróis e menos bandidos.
Mais sonhos realizados e menos adultos frustrados.
Mais massagens e menos antidepressivos.
* Diário Gaúcho