Entrevista
"Não sei de onde tirei forças", diz mãe que quase teve filho sequestrado na Capital
Dona de casa de 36 anos foi atacada no começo da manhã desta terça-feira, na Avenida Ipiranga, por mulher que tentou arrancar o filho dos braços e chegou em carro dirigido por um comparsa
Já na 2ª Delegacia de Polícia da Capital, a mãe que quase viu o filho ser arrancado dos braços relembrou o momento de terror desta terça-feira. Em plena Avenida Ipiranga, uma das mais movimentadas da cidade, ela viu um carro preto parar e dele descer a mulher cujo rosto não esquecerá tão cedo. A criminosa iria impor à dona de casa, moradora da Zona Norte, talvez a maior batalha de sua vida: impedir o sequestro do filho.
Sem imagens de câmeras de segurança que identifiquem a suspeita ou o carro, dirigido por um comparsa, a polícia parte para a confecção de um retrato falado. A hipótese de vingança contra ela ou contra o marido é a principal linha de investigação. Mas não está descartado o tráfico de órgãos e, por último, a intenção de usar o bebê em algum ritual religioso.
Por um bom tempo, ela não prevê saídas com o filho de três meses. Confira os principais trechos do relato dela ao Diário Gaúcho.
Diário Gaúcho - Como foi o ataque dessa mulher?
Mãe da criança - Eu não entendi direito o que ela queria. Quando eu estava para atravessar, esse carro preto parou. Ela desceu do lado do passageiro e veio pra mim dizendo "Caiu, moça". Eu estava com duas bolsas, olhei para o chão para ver o que tinha caído. Foi quando ela tentou arrancar ele de mim.
Ela pedia para senhora soltar a criança? Fazia ameaças?
Não, nada. Depois de dizer "caiu", não falou mais nada, só queria arrancar a criança. Não pediu carteira, celular, não tentou levar a bolsa, foi direto nele. E eu nem socorro conseguia gritar. Eu só mandava ela largar ele. "Tu tá louca!? Larga o meu filho!"
Como a senhora conseguiu resistir?
Sinceramente, não sei. A mulher era corpulenta, eu não sei de onde tirei forças. Acho que, mais um pouco, e eu não ia resistir. Meus braços já não estavam aguentando, a alça da bolsa começava a me machucar. Só pensava em não deixar levarem ele.
Depois de quase lhe tirarem o filho, como será sua rotina?
Eu nem sei o que pensar. Não tenho desavença com ninguém, não sofri ameaça nenhuma. Só sei que não vou sair com ele na rua por um bom tempo.
Entrevista com o Delegado César Carrion sobre criminosos que t... Posted by Diário Gaúcho on Tuesday, January 5, 2016
Assista a entrevista com o Delegado César Carrion responsável pela investigação do caso do bebê que quase foi levado dos braços da mãe na manhã desta terça-feira na Av. Ipiranga #DiarioGaucho