Cerco a irregularidades
Operação fecha dois desmanches em Porto Alegre
Ação comprovou que estabelecimentos funcionavam com alvará vencido e sem cadastro no Detran
Na terceira fase da Operação Desmanche, dois ferros-velhos foram fechados na manhã desta sexta-feira, no bairro Santo Antônio, em Porto Alegre. Um homem foi preso.
Os estabelecimentos Quatro Ventos e Carrogel, localizados na Rua Caldre Fião, não estão credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), como exige lei federal, e estão com alvará de funcionamento suspenso pela prefeitura da Capital. Nos dois locais, a explicação dos responsáveis é de que estavam providenciando a documentação.
– Encaminhei 70% da papelada. Isso aqui tem 45 anos. Não tem nada roubado aqui. Se tiver, podem me levar preso – afirmou o dono da Carrogel, sem se identificar.
Leia mais:
Segurança pública faz ofensiva contra desmanches em Porto Alegre
Desmanches da Sertório retiram peças das lojas à noite
Ele não foi preso, e nenhuma autopeça de origem de roubo ou furto foi encontrada ali. A loja foi fechada e mercadorias foram recolhidas pelo fato de não haver licença para operar junto ao Detran. O mesmo ocorreu na loja Quatro Ventos.
Mas ali, além do recolhimento de autopeças, agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais encontraram, na parte dos fundos, pedaços de um Citroën com a numeração do chassi suprimida, resultando na prisão em flagrante de um dos responsáveis pelo estabelecimento sob suspeita de adulteração de sinal identificador de veículo.
O local também guardava mais de uma dezena de carros desmanchados sobre piso de areia, parte deles vazando óleo diretamente no solo, o que caracteriza risco ao meio ambiente. Coordenada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Operação Desmanche reuniu dezenas de agentes da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Instituto-Geral de Perícias, do Detran e da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio.
Como nas duas edições anteriores da operação _ iniciada em 16 de fevereiro _, o secretário da SSP, Wantuir Jacini, acompanhou o trabalho. E mandou um recado a quem se envolve clandestinamente neste tipo de atividade:
– Vamos continuar realizando essa operação enquanto houver desmanches irregulares no Rio Grande do Sul. E são muitos. Temos mapeado todos. Nos aguardem, terão o mesmo destino desse aqui. Essa vai se tornar uma atividade antieconômica. Jacini estava acompanhado de Regina Miki, secretária nacional de Segurança Pública, em visita ao Estado para reuniões de trabalho na SSP. Ela elogiou a operação.
– Queremos que boas práticas se reproduzam em todo o país. O está sendo feito aqui pode servir de modelo para outros Estados – afirmou Regina.