Sistema prisional
Superlotação bate recorde no Presídio Central
Número de presos superou os 4,6 mil nesta semana, marca revelada nas redes sociais por juiz da Vara de Execuções Criminais
Na semana em que foi inaugurado o primeiro dos quatro módulos da Penitenciária de Canoas, o Presídio Central, em Porto Alegre, bateu recorde de superlotação, em seus 57 anos desde a inauguração, no dia 29 de janeiro de 1959. O número de presos ultrapassou 4,6 mil.
O dado foi postado nas redes sociais pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre Sidinei Brzuska e admitido pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
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O recorde em números absolutos, no entanto, ainda é do início de 2011, quando o total de presos chegou a 5,2 mil. Porém, naquela época, havia 2.069 vagas. Ou seja: a lotação estava 151% acima da capacidade. Nesta semana, este percentual chegou a 152%, com os 4,6 mil dividindo 1.824 vagas.
Demolição
Entre os fatores que provocaram o recorde está a demolição do Pavilhão C, que provocou uma queda no número de vagas, em outubro de 2014. A ação ocorreu no final do governo de Tarso Genro e seria o início da desativação do presídio.
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Porém, em janeiro passado, o governo de José Ivo Sartori anunciou que a prisão será mantida.
Seiscentos por mês
Ao admitir a informação de que o recorde de lotação do Presídio Central, a Susepe, em nota oficial divulgada na sexta-feira, destacou que a população carcerária cresceu 12% no Estado desde 2014.
Dados do Departamento de Segurança e Execução Penal (Dsep) apontam um aumento de 3,5 mil presos. De acordo com o órgão, no período entre dezembro de 2015 e março de 2016, uma média de 600 presos por mês ingressou no Central.
Canoas I
"O número de prisões têm sido maior do que o número de vagas. Para tanto, estamos investindo em novos estabelecimentos prisionais, como o de Canoas I, inaugurado ainda esta semana, além do Complexo Prisional de Canoas (II, III e IV) que vai oferecer 2.808 vagas. A Susepe busca se readequar à dinâmica da resposta dada pelos órgãos da Segurança Pública na realidade criminal", complementa a nota.
* Diário Gaúcho