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Onde a crise não chegou

Comerciante faz sucesso vendendo cruzadinhas a R$ 1 na Zona Norte

A ideia de abrir o estabelecimento que vende o passatempo a preços populares surgiu  após ouvir a recomendação de um médico na televisão

20/04/2016 - 14h47min

Atualizada em: 20/04/2016 - 15h31min


Roberta Schuler
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Lídio recebe revistas de 12 fornecedores

Foi a partir de uma recomendação médica, ouvida num programa de televisão, que o comerciante Lídio Leonel de Oliveira, 68 anos, identificou um nicho de mercado que se tornou um negócio lucrativo há dez anos: o ramo das cruzadinhas.

– O (médico) Dráuzio Varella dizia no programa da Ana Maria Braga para as pessoas fazerem cruzadas porque abre a mente – conta.

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Pensando nos benefícios do passatempo para a memória, deduziu que muita gente teria interesse nas revistas. Foi aí que Lídio fez pesquisas e localizou contatos de fornecedores em São Paulo.

– Eu tinha uma banquinha simples. No primeiro dia, vendi cem cruzadinhas, no segundo, 200, e foi aumentando. Vi que era um bom negócio – conta.

Quantidade

Dois anos depois, decidiu alugar a loja de 25m de comprimento na Avenida Assis Brasil, 2422, onde hoje emprega dois funcionários e vende 50 mil exemplares por mês – entre cruzadas, caça-palavras e outras publicações do gênero. Ao todo, ele recebe cruzadas de 12 fornecedores diferentes.

Mesmo sem nome, a loja de Lídio é conhecida na Zona Norte porque cada livrinho custa R$ 1 – uma placa na frente do estabelecimento com o preço chama a clientela. A receita do sucesso é reduzir a margem de lucro para ganhar na quantidade.

– Aqui, a crise ainda não chegou. E, dificilmente, o cliente compra só uma revista. Vendo muito também porque estou perto do hospital (Cristo Redentor) – observa.

Clientela fiel

E a clientela é fiel. Há quem visite a loja todas as semanas, conforme Lídio. Como vende por atacado também, alguns clientes chegam a fazer mais de uma visita por dia. É o caso do aposentado Ivan da Silveira, 68 anos, que se desloca da Zona Sul para comprar revistas de cruzadas e revender.

– Vendo entre 10 mil e 12 mil revistas por mês. É um bico que deu certo – conta Ivan.

Uma senhora de 72 anos diz que vem se policiando para não exceder o número de horas a que se dedica à distração. Ela relata que chega a consumir uma revistinha em apenas duas horas. Como resultado, a cliente percebe melhora na articulação da fala.

– Aqui, à tarde, enche de pessoas de idade. É um bom incentivo para a memória e a gente aprende palavras novas – explica Lídio, que tem na loja opções de cruzadinhas bíblicas e, em breve, terá em inglês.

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