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Forte terremoto deixa mais de 270 mortos no Equador

Com epicentro na província de Manabí, é o tremor mais violento desde 1979

17/04/2016 - 08h19min

Atualizada em: 17/04/2016 - 08h19min


JUAN CEVALLOS / AFP

O forte terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Equador na noite de sábado deixou até agora 272 mortos e 2.527 feridos, segundo o último balanço divulgado neste domingo pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, para quem o número "certamente aumentará".

- Certamente o número (de mortos) aumentará e provavelmente de forma considerável - acrescentou o presidente, que voltou no domingo ao Equador, procedente de Roma.

O terremoto de 7,8 graus - o mais forte desde 1979 - teve uma duração de aproximadamente um minuto e afetou seis províncias da costa equatoriana, de norte a sul.

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Em Portoviejo (oeste), uma das cidades mais afetadas, o cenário era desolador: casas destruídas, um mercado desabado, postes de luz caídos nas ruas e escombros espalhados pelo asfalto, onde muitos decidiram passar a noite, ainda abalados pelo forte tremor.


- Foi horrível, é a primeira vez que sinto um terremoto como este, acho que durou um minuto e meio. Parecia que a casa iria cair. Estou surpresa, não imaginava que essa cidade ficaria assim - declarou Bibi Macontos, de 57 anos.

Com epicentro na província de Manabí (oeste, a 300 km de Quito) este é o terremoto mais forte desde 1979.

O tremor ocorreu às 19h (21h de Brasília) de sábado e teve uma duração de aproximadamente um minuto. Foi também sentido no sul da Colômbia e no Peru, onde até o momento não foram registradas vítimas fatais.

- Estamos enfrentando uma tragédia de magnitude - disse o presidente Rafael Correa do Vaticano, para onde viajou para participar em um fórum sobre desigualdade.

Em sua oração de Regina Coeli neste domingo, o papa pediu pelos equatorianos.

- Um violento terremoto atingiu o Equador, causando numerosas vítimas e graves danos. Roguemos por sua população. Que a ajuda de Deus e de seus irmãos lhes dê força e consolo - disse Francisco.

Às 6h, em um novo balanço da tragédia, o vice-presidente Jorge Glas manteve o número de 77 mortos e 588 feridos, antes de partir de Quito para a zona afetada, que compreende seis províncias do país: Esmeraldas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena, Guayas e Santo Domingo.

Glas informou que o governo mobilizou mais de 14 mil membros das forças de segurança, 241 "profissionais de saúde" e dois hospitais móveis, entre outros.

- Sabemos que há cidadãos sob os escombros que têm que ser resgatados - acrescentou.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, expressou a solidariedade da UE e anunciou que o mecanismo de proteção civil para oferecer apoio foi ativado.

- Nossos pensamentos estão com as vítimas, seus familiares e amigos e com todos aqueles que foram afetados - disse Mogherini em comunicado.

20 vezes mais forte que no Japão

David Rothery, professor de Ciências Planetárias na Open University do Reino Unido, explicou que "o terremoto do Equador se deu em terra" e que a energia total liberada foi aproximadamente 20 vezes maior que a do terremoto do Japão na madrugada de sábado.

- Não existe uma relação causal entre os terremotos do Equador e do Japão. Cerca de vinte terremotos de magnitude 7 ocorrem todo ano no mundo - afirmou o especialista.

Até a manhã desse domingo foram contabilizadas 135 réplicas, segundo o Instituto Geofísico de Equador.

O governo decretou "o estado de exceção para proteger a ordem pública" e descartou um alerta de tsunami, assim como fizeram as autoridades colombianas.

Carlota López, de Guayaquil, estava em um carro quando começou a sentir o forte tremor.

- Os cabos de luz balançavam muito e tive medo que caíssem no carro. Logo depois acabou a luz da cidade - relatou à AFP por telefone.

- O carro balançava como se houvesse pessoas do lado de fora o empurrando com muita força - contou.

Correa anunciou que o Equador receberá o apoio de equipes de resgate da Colômbia e do México.

O presidente, que voltará ao Equador neste domingo, garantiu que foram ativas linhas de crédito de contingência "por cerca de 600 milhões de dólares".


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