Ataque terrorista
Ataque a café em Bangladesh não foi cometido pelo Estado Islâmico, dizem autoridades
Em ação que durou 11 horas, após intervenção das tropas de elite, pelo menos 20 pessoas de diferentes nacionalidades foram mortas
Todos os criminosos que atacaram um restaurante da capital Daca eram cidadãos de Bangladesh, e cinco deles eram militantes que a polícia já havia tentado prender, informou o comandante da polícia Shahidul Hoque à CNN. O ataque, que matou 20 pessoas e deixou 13 feridas neste sábado, havia sido reivindicado pelo Estado Islâmico.
A polícia também divulgou a nacionalidade das vítimas encontradas mortas no interior do café Holey Artisan Bakery: nove eram italianos, sete eram japoneses, um era da Índia, dois eram de Bangladesh e um era um cidadão dos Estados Unidos mas de origem de Bangladesh. Onze eram do sexo masculino e nove do sexo feminino.
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O IE reivindicou a responsabilidade pelo ataque via Amaq, sua agência de notícias. Mas alguns funcionários dos EUA duvidaram da reivindicação. O grupo emitiu recentemente uma chamada mundial durante o período sagrado muçulmano do Ramadã, que está em curso, mas os terroristas reivindicam a responsabilidade por muitos ataques, e analistas dizem que, por vezes, as ligações entre os eventos e os grupos são tênues.
Um anúncio Amaq, semelhante a um emitido após o tiroteio na boate Orlando e o assassinato de um chefe de polícia francês, é normalmente usado quando não vem do próprio grupo. Para especialistas, o ataque pode ter sido inspirado no IE ou tido algum grau de comunicação com o grupo, mas não necessariamente ter sido comandado por eles.
Histórico de ataques
Bangladesh está afundado há meses em uma série de assassinatos de representantes de minorias religiosas, intelectuais e estrangeiros, crimes dos quais o governo acusa grupos locais, apesar de terem sido reivindicados pelo EI ou por um braço local da Al-Qaeda.
Oficialmente, o governo nega que o EI esteja implantado em Bangladesh, mas este ataque, rapidamente reivindicado pela organização extremista em um comunicado dirigido à agência Amaq, aumenta os temores da expansão destes dois grupos em Bangladesh.
As autoridades proibiram o principal partido islamita de apresentar candidatos às eleições e vários de seus dirigentes foram presos ou executados recentemente devido ao papel que desempenharam na guerra de independência de 1971.
Paralelamente, no mês passado lançaram em todo o país uma série de operações contra os grupos jihadistas locais que terminou com 11.000 detenções.
Vários grupos de defesa dos direitos humanos estimam, no entanto, que estas detenções frequentemente são arbitrárias ou têm como objetivo calar opositores políticos.