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Greve dos metroviários

Passageiros desavisados chegam às estações da Trensurb e encontram portas fechadas

Trens circulam apenas nos horários de pico nesta quinta-feira

21/07/2016 - 11h08min

Atualizada em: 21/07/2016 - 12h36min


Aline Custódio
Aline Custódio
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Passageiros surpreenderam-se com o cartaz na porta

Passageiros foram surpreendidos nesta manhã com as portas fechadas nas estações da Trensurb, a partir das 8h30min. A paralisação, mesmo avisada com antecedência, prejudicou quem dependeria do trem para circular entre a Capital e a Região Metropolitana.

Na estação Mercado, apenas uma das quatro portas de acesso tinha um cartaz orientando os horários de funcionamento. Na estação Rodoviária, em dez minutos, a reportagem orientou mais de 20 pessoas que encontraram na porta apenas um cartaz escrito à mão informando que o serviço seria retomado das 17h30min até 20h30min. A maioria vinha do interior e dependia do serviço de trem para chegar às cidades da Região Metropolitana.

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Um dos passageiros foi Billy Peterson Reis da Silva, 16 anos. O jovem saiu do Bairro Mato Grande, em Canoas, por volta das 6h para ir a Guaíba buscar documentos. Precisava retornar a Canoas até 11h para iniciar nesta quinta-feira o curso de caldeiraria. Sem receber informação no balcão da estação Canoas, Billy comprou o ticket do trem para voltar, e gastou os R$ 20 em passagens.

Billy conseguiu carona para voltar a Canoas

– Não tenho o que fazer, fiquei com R$ 3 e não dá para pagar o ônibus. Não tenho celular para avisar o pai sobre o que está acontecendo – queixou-se o adolescente, parado em frente à estação Rodoviária.

Billy acabou conseguindo uma carona para voltar a Canoas a tempo de iniciar os estudos.

Diogo precisou recorrer ao ônibus para se deslocar para a Região Metropolitana

O comerciário Diogo dos Santos Rangel, 30 anos, foi informado da morte da avó nesta manhã. Apressado, saiu do trabalho, no Centro de Porto Alegre, para ir ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas, onde ainda estava o corpo da familiar. Chegou à Rodoviária e, só então, lembrou da paralisação.

– Queria chegar o mais rápido possível. Mas vou ter que pegar um ônibus. Nestas horas, parece que tudo dá errado – lamentou.

Doraci não fazia ideia da paralisação dos metroviários

Na estação Sapucaia, por volta das 11h, a dona de casa Doraci Silva, 68 anos, do Bairro Feliz, leu o cartaz com os horários provisórios e não entendeu o motivo. Pretendia ir a Canoas.

– Não sei se vou. De ônibus, descerei muito longe de onde preciso ir. Não sabia mesmo da paralisação – disse.

Cartaz escrito à mão informava sobre os horários de funcionamentos dos trens nesta quinta

Sobre a paralisação

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do RS (SindimetrôRS) e a Trensurb negociaram e não chegaram em uma acordo, o que ocasionou a paralisação nesta quinta-feira. Os trens devem funcionar apenas nos horários de pico, das 5h30min às 8h30min e das 17h30min às 20h30min, com a mesma frequência de dias normais.

A categoria reivindica reposição integral da inflação aos salários e contratação de funcionários para a segurança e de profissionais para as bilheterias. Nesta quinta-feira, às 12h, o Sindimetrô realizará outra assembleia para discutir com os metroviários os rumos da greve. Essa reunião poderá reverter a paralisação.



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