Trânsito
Sinaleira testa paciência de motoristas na ERS-040
Situação piora aos finais de semana no retorno do Litoral pela rodovia
Os motoristas que passam pelo entroncamento da ERS-040 com a ERS-118, em Viamão, no começo da manhã e final do dia, precisam de uma dose extra paciência. Se o trajeto fizer parte do percurso de ida ou de volta do Litoral, aos finais de semana, é necessário persistência para não perdê-la. A implantação de sinaleiras na pista da ERS-040, em um dos trevos mais movimentados da Região Metropolitana, está provocando congestionamentos que se agravam nos finais de semana.
Em um domingo de novembro, o aposentado Homero Santos, 65 anos, relata que, ao vir de Mostardas para Viamão, levou uma hora e 20 minutos para percorrer um trecho que faria em cinco minutos – da sinaleira do ERS-040 com a ERS-118 até a Parada 56.
– Precisam programar essa sinaleira para ser mais ágil nos horários de muito movimento, pois a gente perde muito tempo parado – reclama.
Na visão da comerciante Alessandra Coser, 45 anos, que vem da ERS-118 para ingressar na ERS-040, o risco de acidentes diminuiu.
– Ou ficávamos esperando ou nos arriscávamos cruzando a faixa quando dava uma brechinha, e isso é perigoso. Agora, tem que ter paciência, mas é mais seguro – pondera Alessandra.
Leia mais:
Parada há dois anos, obra de duplicação da ERS-118 traz prejuízos até para as borracharias
Multas estão mais caras a partir de hoje: aumento é de mais de 50%
A proprietária de uma autopeças localizada no trevo Priscila Ramos, 33 anos, também não viu mais acidentes desde que os equipamentos foram instalados.
– Estamos aqui há quatro anos e víamos acidentes praticamente todos os dias, porque ninguém queria esperar sua vez de atravessar.
Dados do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) mostram que em 2015 ocorreram 32 acidentes no trevo, dos quais 35 com pessoas feridas. De janeiro de 2016 até agora, foram 13 acidentes, menos da metade do ano anterior, com 19 feridos.
Leia mais notícias do dia
Diferença de tempo
Para quem usa o trecho todos os dias e sempre nos dois horários de mais movimento, fica difícil não se irritar com a tranqueira.
– Ficou péssimo, chego a ficar meia hora, 40 minutos trancado – desabafa o motorista José Gomes, 65 anos, de Viamão, ao se referir ao sentido Viamão/Porto Alegre, o mais congestionado, segundo ele.
Entre 18h30min e 19h, período em que a reportagem esteve no local, as pistas ficam congestionadas o tempo inteiro. No período, o DG verificou que a sinaleira fica fechada por 87 segundos e aberta por 45 segundos.
Essa diferença entre o tempo que fica aberta e o tempo que fica fechada também incomoda o motorista Carlos Santana dos Santos, 37 anos, que passa pelo menos cinco vezes por semana no trecho:
– Vai muito combustível fora enquanto a gente fica esperando para atravessar. Sextas-feiras é o pior dia. Além da demora, Carlos reclama dos riscos ao fazer a curva da ERS-118 para ingressar na ERS-040. O espaço é estreito e obriga o veículo a invadir a pista ao lado para concluir a manobra.
Daer fará mudança aos finais de semana
A sinaleira foi implantada no local cumprindo um pedido da comunidade, afirma o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Rogério Uberti. A reclamação era de que os pedestres não conseguiam atravessar as pistas da ERS-040. Segundo ele, o Daer fez o convênio para a instalação do equipamento:
– A sinaleira só causa transtorno em um momento, que é no retorno do Litoral – afirma.
A partir deste final de semana, a sinaleira ficará piscante no sentido Litoral/Capital, que concentra 90% do fluxo para o período entre as 16h de domingo e as 6h de segunda-feira. A alternativa será adotada em sábados, domingos e feriadões.
– A minha preocupação é evitar mortes. Agora, vou me preocupar com o veraneio, mas a prioridade é a segurança viária.
A medida foi adotada após uma reunião entre o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), a Secretaria de Transportes e Trânsito de Viamão e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM). O resultado será avaliado em conjunto com a prefeitura e o CRBM.