Após críticas
"Em termos funcionais, ficou perfeito", diz engenheira sobre guard-rail de ciclovia
Proteção será colocada nos trechos em que a ciclovia ficar a menos de 1m50cm do Arroio Dilúvio
O reforçado modelo de guarda-corpo instalado ontem no trecho em construção da ciclovia da Avenida Ipiranga não foi suficiente para proteger a prefeitura da Capital de uma saraivada de críticas de especialistas e de uma série de comentários irônicos na internet. O principal argumento dos contrários à escolha de toras de eucalipto de reflorestamento é que o material está longe de ter o design mais adequado para ser utilizado em uma das mais importantes vias da cidade.
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A proteção será colocada nos trechos em que a ciclovia ficar a menos de 1m50cm do Arroio Dilúvio ou da avenida.
- É um elemento muito tosco, utilizado para construções mais rústicas, como galpão crioulo, CTG. Para uma avenida nobre como a Ipiranga, projetada com muita sofisticação, com estilo arquitetônico erudito, colocar proteção com tora de eucalipto é uma gafe estética - avalia o arquiteto e urbanista Sergio Marques.
O protótipo da proteção, que deve ser definitivo, foi escolhido por atender a normas de segurança para esse tipo de estrutura e a uma recomendação da CEEE, que vetou o uso de estruturas metálicas, por serem condutoras de energia. O diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, afirma que as limitações de segurança e estéticas também inviabilizaram outras opções, como o concreto. O plástico foi descartado por ser muito caro e não haver estrutura de manutenção no órgão para o material.
Entre as opções disponíveis, os tocos de madeira seriam os de manutenção mais simples e barata. Perguntado se havia gostado do resultado, Cappellari não titubeou em dizer que sim. A engenheira civil da EPTC responsável pelo projeto da ciclovia, Lisandra Limas, afirma que a prioridade foi atender às normas de segurança.
Confira a entrevista com a engenheira:
ZH - Os guarda-corpos instalados na ciclovia receberam muitas críticas. A senhora concorda?
Lisandra Limas - A primeira coisa é atender às normas de segurança. Fiz um projeto de guarda-corpo metálico, mas a CEEE não aprovou. No momento em que não foi aprovado, fui para o de concreto, mas para conseguir cumprir as normas, ficaria um paredão de concreto. O Zaffari (financiador do projeto) deu a ideia dos eucaliptos e mandou um modelo, ao qual dei uma aperfeiçoada. E nenhum arquiteto se manifestou para ajudar a desenhar e projetar.
ZH - A EPTC tem arquitetos?
Lisandra - Tem, mas eles não sabiam como, com aquele elemento de madeira, criar algo inusitado e atender às normas.
ZH - A questão urbanística foi discutida?
Lisandra - Sim. Sempre. Montei vários modelos.
ZH - A senhora acha que o resultado ficou bom?
Lisandra - Em termos estéticos, não é o mais belo dos elementos. Mas não é a pior solução. Em termos funcionais, ficou perfeito.



