Dupla Gre-Nal



Desabafo

Bolatti: "Vou aproveitar os minutos"

Tranquilo, volante vive situação delicada no Colorado

02/06/2012 - 10h42min

Atualizada em: 02/06/2012 - 10h42min


Jogador pede oportunidade

Sujeito calmo, tranquilo, Bolatti pensa antes de cada palavra proferida. Mesmo vivendo uma situação delicada no Internacional, por ser uma das últimas alternativas de Dorival Júnior para o meio-campo - Elton e Josimar passaram na frente, Sandro e Guiñazu são os titulares -, o argentino de fala mansa pondera cada opinião e evita entrar em polêmica. E garante não saber os motivos para a perda de espaço.

A falta de oportunidades, porém, o faz admitir a possibilidade de deixar o clube antes do final de seu contrato, que vai até 2015. Com a janela de transferências para o Exterior prestes a abrir, Bolatti entende que, para voltar à seleção argentina, precisa jogar. Confira na entrevista exclusiva do Diário Gaúcho o que ele planeja para o futuro. No vídeo, o jogador abre o coração e conta se sente-se feliz no Internacional.

Diário Gaúcho - Você entrou no finalzinho dos dois primeiros jogos do Brasileirão. Qual a sua expectativa para a competição?
Bolatti - Tentar conseguir o título, que é o que quer o grupo, os dirigentes e a torcida. Mas também tenho o desejo pessoal de poder ajudar dentro do campo. Nesses últimos jogos não tive a possibilidade de ter mais minutos. Estou na procura disso.

DG - O limite de três estrangeiros por partida te preocupa?
Bolatti 
- Não é que preocupa, todos sabem disso. É um torneio longo, com muitos jogos, cartões amarelos, lesões. Pode acontecer qualquer coisa. Mas também se sabe que ter quatro estrangeiros dificulta. Ninguém gosta de fazer um jogo e ficar fora de dois, três. Jogador quer jogar sempre, essa é a verdade.

DG - Elton foi o substituto de Sandro Silva e Josimar também recebeu oportunidade contra o Flamengo. Você acha que perdeu espaço no time? Por quê?
Bolatti - É uma pergunta difícil. Não sei se seria eu a pessoa para responder isso. Acho que é outra pessoa que tem que responder. Mas eu tento fazer sempre o meu melhor, dentro e fora do campo. Os outros caras também. Fiquei feliz pelo Josimar, é um cara que treina muito, tem uma atitude muito boa, e merece, assim como o Elton. Mas se eu perdi espaço, não sei se sou eu a pessoa justa para responder. Estou aqui há um ano e três meses, joguei muitas partidas já e todo mundo sabe como eu jogo. Trabalho sempre para o grupo, para ajudar, seja em cinco, dez ou 90 minutos. A oportunidade chegará ou não, isso o tempo dirá.

DG - Te aflige as poucas oportunidades no Inter e, consequentemente, perder espaço na seleção?
Bolatti - Boto um pouco isso na cabeça também. Sei que se não se jogar, a seleção não chega. É normal, tem que jogar. Todo jogador quer jogar na seleção. Eu estava na seleção, cheguei aqui como jogador de seleção, que é o máximo, sempre quero estar e, para isso, tem que jogar.

DG - Pensa em sair no meio do ano? Argentina? Europa?
Bolatti
- Sempre se pensa. Tenho 27 anos e muitos anos ainda pela frente. Sempre se tem a ideia de poder voltar para a Europa. Essa ideia está na cabeça, mas tem que saber qual é o momento. Agora é época de transferência, e eu sei que chega um momento que tem que pensar, falar com família, amigos e decidir. Vamos ver o que acontece. Tem dois meses fundamentais agora. Entretanto, vou treinar sempre da mesma forma e quando tiver oportunidade de jogar vou fazer o melhor. A atitude de minha parte vai ser sempre a mesma.

DG - Recentemente teve proposta do Catar? Chegou a cogitar ir para lá? Houve outras ofertas?
Bolatti - Só soube de sondagens, mas acho que ainda não é o momento para ir para lá. Mas se chega alguma oportunidade, tem que analisar e pensar. Faz parte do futebol. Quando não se joga e quando se está jogando.

DG - Na pré-temporada surgiu a especulação de que você poderia ser negociado para a vinda de Dátolo e aí você teve uma conversa com Fernandão para saber os planos do Inter? O que mudou desde lá?
Bolatti
- Aconteceu que eu comecei a jogar, no Gauchão, na Libertadores, só isso. Futebol tem essas coisas. Em um momento está fora, outro dentro. Por isso tem que estar sempre preparado. Mudou que agora não tenho muita continuidade.

DG - Você começou atrás nesta temporada, recuperou espaço e na estreia do Gauchão contra o Novo Hamburgo teve seu nome em coro pedido pela torcida. Como é essa relação com os colorados?
Bolatti - Foi um momento especial, porque eu estava fora e a torcida começou a cantar meu nome. Foi um momento muito lindo. Fiquei e sou muito agradecido à torcida, que sempre se portou bem e com a qual tenho boa relação. Foi um dos momentos mais especiais para mim. Senti como uma ajuda da torcida, e valorizo muito isso.

DG - Você tem conversado com Dorival. Como é a sua relação com ele?
Bolatti -
Conversamos, mas não muitas vezes, umas duas ou três vezes. É uma relação normal, de treinador e jogador, não tem mais nada que isso. É ele quem decide, bota jogadores no campo. E eu estou aqui para respeitar.

DG - Por que achas que perdeu espaço com Dorival a partir deste ano? Qual a justificativa?
Bolatti - Não sei. Cada treinador tem sua forma e estilo de jogo. Se treinador prefere tal jogador, por algo será, e eu respeito isso. Só que cada jogador tem as suas caraterísticas, e ele tem que optar. Talvez goste mais de outras características, é uma pergunta mais para ele do que para mim. O que vou fazer? Tenho que continuar.

DG - Isso te deixa chateado?
Bolatti
- Faz parte do futebol. O treinador tem 25 jogadores e tem que escolher 11. Acho que todo treinador gostaria de colocar todos para dentro.

DG - Como você gosta mais de jogar?
Bolatti
- Eu gosto de jogar como primeiro volante, quase sempre joguei assim. Mas também já joguei com dois, em linha, saindo um pouco mais. Sempre tive a característica de ser o elemento surpresa. Também já me adaptei a outras, mas essas são as que me sinto mais à vontade. Como terceiro, mais avançado, muda um pouco a posição. É uma função linda, porque tem mais possibilidade de ir para frente do que para trás, tem mais contato com bola, mais proximidade com gol, e gosto de chegar no gol. Mas para quem está acostumado a jogar mais atrás, e ter todo o panorama de frente,  jogar nessa posição dificulta porque tu joga de costas, e eu não estou acostumado a isso. Mas também posso me adaptar.

DG - Seu contrato vai até 2015 com o Inter. O que planeja para o futuro?
Bolatti 
- Agora sou jogador do Inter e penso só em dar meu máximo aqui. O que vai acontecer no futuro eu não sei. Vou tentar aproveitar os minutos que eu tiver dentro do campo.

DG - Em um ano e três meses, qual balanço você faz até agora da sua trajetória no Inter?
Bolatti
- Acho que é um balanço muito positivo, uma experiência muito linda para mim. O futebol brasileiro me surpreendeu um pouco, para melhor. Futebol muito competitivo, tem grandes equipes, é muito lindo jogar em um dos melhores países de futebol do mundo, se não o melhor. Por isso foi uma experiência muito linda e positiva. É, ainda continua sendo.

DG - Bolatti fica até o final do ano no Beira-Rio?
Bolatti
- É uma boa pergunta (risos). Ainda não sei. Vamos ver.


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