Tiroteio na prefeitura
Testemunha fala sobre o assalto à prefeitura de Novo Hamburgo
Funcionário público relata os momentos de terror durante o assalto a um carro-forte na prefeitura de Novo Hamburgo
- Eles gritaram "é um assalto, larga, larga!" e começou o tiroteio.
O relato de um funcionário público de 60 anos refere-se ao duelo por malotes de dinheiro entre bandidos e seguranças de um carro-forte dentro da prefeitura de Novo Hamburgo, no Bairro Canudos.
O tiroteio ocorreu por volta das 9h de sexta-feira, quando o posto bancário do prédio seria abastecido. Um bandido morreu no local. À noite, familiares reconheceram o homem como sendo Vanderlei Pont da Rosa, 58 anos. Natural de Bagé, ele cumpria prisão domiciliar e já foi condenado cinco vezes por roubo, além de duas condenações por tráfico e duas por furto. Quatro comparsas fugiram e não havia pistas até o fechamento desta edição.
- Eu vi tudo, estava a uns 4m deles. Foi um horror! - desabafou o funcionário.
A troca de tiros, no saguão do segundo andar, apavorou dezenas de funcionários e cidadãos em um local de grande movimento. Segundo a polícia, os assaltantes entraram no início do horário de trabalho. Dois deles ficaram sentados, como se aguardassem atendimento, e três entraram carregando caixas e foram ao banheiro.
Entraram com toucas e coletes
No momento em que os funcionários do carro-forte levavam malotes, eles anunciaram o assalto.
- Os três saíram do banheiro armados, com touca preta e colete à prova de balas. Se engalfinharam com o pessoal do malote - contou o funcionário.
Um quarto bandido rendeu um guarda. Outro havia sido pego no banheiro. O quinto assaltante, só viu tombado ao lado dos elevadores.
- Foi muito rápido, questão de dois minutos - lembrou o servidor.
Criminosos conheciam rotina
Os quatro ladrões fugiram em um Civic e um Corolla. Durante o dia, a Brigada Militar fez cercos na região para tentar localizá-los. Segundo o titular da Delegacia de Roubos do Deic, Juliano Ferreira, não há suspeitos e ainda não é possível saber de onde partiu o tiro que matou o bandido.
Ele não descarta a possibilidade de que seja dos comparsas: só a perícia poderá revelar o fato. E ressalta que os bandidos conheciam a rotina do prédio:
- Sem dúvida, havia informação privilegiada e eles fizeram um prévio estudo do funcionamento da prefeitura.
Assalto serve de lição
O secretário de Segurança e Mobilidade Urbana do município, Danilo de Oliveira, afirma que o episódio serviu para que a prefeitura pense em adotar medidas de proteção mais efetivas, em conjunto com o posto bancário.
- Vamos reavaliar toda a questão de segurança - destaca.
Ele diz que serão estudadas as possibilidades de instalar uma porta com detector de metais e realizar o abastecimento do banco em um horário que não tenha movimento de público.