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Ruim de doer

A difícil tarefa de ser vilã na telinha

Cássia Kiss Magro e Mayana Neiva vivem as malvadas da novela Amor Eterno Amor

26/08/2012 - 14h18min

Atualizada em: 26/08/2012 - 14h18min


Mulheres veneno

As vilãs dos contos de fadas são mulheres tiranas e, não raro, transformam-se em verdadeiras bruxas, com direito a corcunda e verruga na ponta do nariz. Pelo jeito, só faltam estas características físicas para as antagonistas de Amor Eterno Amor - Melissa e Elisa, vividas, respectivamente, por Cássia Kiss Magro e Mayana Neiva - incorporarem de vez o perfil de agentes do mal.

Afinal, as duas manipulam e destroem vidas na novela das seis com tanto gosto que deixariam até Carminha (Adriana Esteves), a vilã de Avenida Brasil, orgulhosa.

- A união das duas é maléfica e explosiva: Elisa é emocional, e Melissa, racional. Uma é fogo, a outra é gelo - analisa Mayana, que faz a sua primeira vilã.

Embora divirta-se em cena interpretando a ardilosa Melissa, Cássia não poupa críticas ao comportamento desonesto da sua personagem:

- É divertido interpretar essa depravação, esse universo sem limites do vilão, que não tem o mínimo de ética. Melissa é perversa, manipuladora e fria. Se for preciso, mata até o marido e o filho para conseguir o que deseja - descreve a atriz, que considera Elisa uma aprendiz de vilã, enquanto a sua personagem é mestre na arte de fazer o mal:

- Melissa é mesmo diabólica.

Destrói a vida dos outros com um sorrisinho nos lábios

Com 35 anos de carreira, Cássia já deu vida a cinco vilãs na tevê e, mesmo assim, a atriz, de 54 anos, confessa que interpretar uma antagonista não é brinquedo.

- É um exercício diário. Não é legal fazer uma vilã que seja só odiada. Tento colocar um pouco de humor na Melissa, seja pelos figurinos ou por suas conversas com o espelho - afirma Cássia, que, na vida real, já deparou com pessoas tão perigosas como Melissa:

- Me afastei quando percebi que estava sendo manipulada.

Já Mayana não se abalou com a responsabilidade de entrar na trama com a detestável missão de atrapalhar o romance dos mocinhos, Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) e Miriam (Letícia Persiles).

- Foi uma grande responsabilidade. Elisa movimentou totalmente a história. Ela é desconcertante. Fala as piores coisas com um sorriso nos lábios e destrói a vida alheia agindo de forma suave. É o pior tipo de pessoa - avalia a paraibana de 29 anos.

Mayana inspirou-se em alguém próximo a ela para compor a personagem:

- Conheci uma pessoa que, assim como Elisa, era ardilosa. Mas também me inspirei na Nazaré Tedesco (vivida por Renata Sorrah em Senhora do Destino, de 2004) e na Laura (interpretada por Cláudia Abreu, em Celebridade, de 2003), vilãs lendárias.

Cássia gosta de brincar com os fãs, nas ruas

E como o público está recepcionando as damas malignas do horário das seis?

- As pessoas dizem: "Nossa, mas essa mulher é muito malvada!", e eu respondo: "Sou assim também na vida real, muito má" - brinca Cássia.

A ex-Miss Paraíba, por sua vez, diverte-se com a desaprovação dos telespectadores:

- O público me odeia (risos).

Cada uma à sua maneira

Se na ficção, Amor Eterno Amor mergulha fundo na temática espírita e não tem medo de abordar assuntos bem peculiares ao kardecismo - como vidas passadas, crianças com poderes especiais e reencarnação -, na vida real, as atrizes também abraçam os preceitos espíritas à sua maneira:

- Acredito em Deus e em vida após a morte. Frequento um centro espírita, rezo e leio muitos salmos - conta Cássia, que revela um truque para proteger-se da energia negativa emanada por sua vilã:

- Sempre leio os salmos 91 e 23 antes de entrar em cena. São poderosos, me protegem de estar carregando uma mulher que é o diabo.

Atriz chegou a pedir perdão

Seguidora do espiritismo, Mayana revela que também já se sentiu incomodada com o ceticismo de Elisa e com algumas vibrações negativas liberadas pela personagem.

- Depois de uma cena, rezei muito e cheguei a pedir perdão à Nossa Senhora - relata a atriz.

Malvadas em alta nas novelas

As vilãs são as estrelas das novelas que estão no ar. Basta ver o sucesso de Carminha em Avenida Brasil e o grande destaque de Melissa e de Elisa em Amor Eterno Amor, além da Chayene (Cláudia Abreu), de Cheias de Charme. As perversas também figuram entre as personagens mais marcantes da tevê - caso de Odete Roitman (Beatriz Segall), em Vale Tudo (1988), e de Nazaré Tedesco (Renata Sorrah), em Senhora do Destino (2004). Sendo assim, fica a indagação: por que as pessoas curtem tanto as vilãs?

- É possível haver uma identificação, em alguns pontos. Todos temos algo de Carminha oculto dentro de nós - afirma Cássia, em resposta parecida com a de Mayana:

- No fundo, todos nós gostaríamos de falar algumas verdades que só os vilões têm coragem.


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