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Bate-papo

Diogo Nogueira fala sobre a fama de sambista-galã

Expoente da nova geração de sambistas, Diogo Nogueira, 31 anos, começa a deixar pra trás o rótulo de promessa para firmar-se como grande nome do gênero

19/08/2012 - 14h26min

Atualizada em: 19/08/2012 - 14h26min


José Augusto Barros
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Diogo canta e encanta a mulherada

Filho do bamba João Nogueira (morto em 2000), ele lança o CD e DVD Diogo Nogueira ao Vivo em Cuba (disco ao preço médio de R$ 24, e DVD, R$ 34). Trata-se do melhor trabalho da sua carreira, que conta com outros dois DVDs e três CDs. O álbum tem toques de salsa (mescla de ritmos afro-caribenhos, como mambo e merengue) e de rumba (dança cubana incorporada ao flamenco), regravações da MPB e a participação do consagrado grupo Los Van Van, de Cuba. No papo que Diogo bateu com o Diário, do Rio de Janeiro, por telefone, ele conta sobre a gravação deste trabalho, lembra do pai e dedica um capítulo especial a Porto Alegre, onde morou por seis meses. O show novo estreou nesta sexta-feira, na Cidade Maravilhosa, e deve vir para cá até o fim do ano.

Bem-vindo a Cuba!

- Eu fiquei lá pouco tempo, quatro dias, mas foi ótimo! Pensava em conhecer a ilha desde a adolescência, quando ouvia o meu pai falar com admiração do país e da sua cultura riquíssima. Acabei concretizando o desejo em grande estilo! O cubano é muito carinhoso. E já penso em projetos semelhantes em países musicalmente fascinantes, como Cabo Verde e Moçambique.

Escolha do repertório

- Eu já vinha cantando sucessos da MPB (nos shows), mas não havia gravado ainda. Fiz esta miscelânea, dando a minha interpretação. Incluí no repertório canções brasileiras com um toque de salsa, como Madalena e Que Maravilha. Eu queria registrar toda a alegria da música cubana, eles têm uma musicalidade enorme. Neste aspecto, parecem muito com os brasileiros. O samba, a salsa e a rumba são ritmos nos quais a percussão é a alma. Assim, ficou mais fácil para eles ouvirem a minha música e se identificarem. E gravar com o grupo Los Van Van foi inesquecível!

Portinho do coração

Antes de fazer sucesso como cantor e compositor, Diogo fez teste no Cruzeiro, de Porto Alegre, em 2005. Chegou a jogar em uma pré-temporada como atacante do clube de futebol, mas uma lesão no joelho afastou-o dos gramados:

- Tenho uma relação diferente com Porto Alegre por ter vivido aí seis meses. Morava no Centro e, nas folgas, gostava de passear na Redenção. Valéria, a minha irmã, mora aí!

Influência forte e as lembranças do pai...

- Cara, a influência já vem no DNA, não tem jeito. Tenho ótimas lembranças do meu pai, principalmente das bagunças que ele fazia lá em casa (risos)! Você imagina crescer em meio a nomes como Martinho da Vila, Nelson Rufino, rolando muito samba de raiz em casa? Foi demais!

Vale a pena ver e ouvir

Diogo Nogueira chega ao patamar dos grandes nomes do samba nacional. O DVD está muito bem trabalhado e mostra o artista cantando com maestria clássicos como Verdade Chinesa, Ex-Amor, de Martinho da Vila, Que Maravilha e Bela Mineira, homenagem do seu pai e de Paulo César Pinheiro à Clara Nunes, com um tambor marcante. A banda também é destaque, junto com bailarinos da companhia de Carlinhos de Jesus. Além do show, um extra para os fãs: belas imagens de Cuba em formato de documentário.

Depois do início em 2007, o boom

- Quatro CDs

- Três DVDs

- Mais de 400 mil unidades vendidas, sendo três discos de ouro e um DVD de platina

- Faturou o Grammy Latino, em 2010, na categoria Melhor Disco de Samba/Pagode, por Tô Fazendo a Minha Parte.

- Quatro vitórias consecutivas em concursos de sambas-enredo da Portela (2006, 2007, 2008 e 2009).


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