Educação no escuro
Escola reduz os turnos por falta de energia elétrica
O quadro geral da luz da Escola Estadual de Ensino Fundamental Tenente Coronel Travassos Alves está queimado há duas semanas
A burocracia - uma das causas do atraso do Brasil no ranking mundial da educação - se manifesta em fatos corriqueiros como o que afeta 460 alunos de um colégio da Capital há duas semanas. A demora no conserto do quadro geral de luz, queimado por uma descarga elétrica no último dia 15, obrigou a direção da Escola Estadual de Ensino Fundamental Tenente Coronel Travassos Alves, no Bairro Partenon, a reduzir o horário das aulas.
No turno da manhã, os alunos entram às 8h e saem às 10h. À tarde, estudam das 13h15min às 15h.
Recuperação aos sábados
A medida deverá mudar o cronograma escolar. De acordo com a diretora Dione Reichelt, os alunos terão de recuperar as aulas nos sábados.
- Os professores estão distribuindo a carga horária para que eles não percam o trimestre - explica.
Estudantes reclamam
Alunos do terceiro ano, Wesley Farias, 11 anos, e Shauirene Rosa de Deus, dez anos, criticam a situação. Ele sente falta das visitas ao laboratório de informática para fazer pesquisas e trabalhos. Já Shauirene reclama da diminuição da transmissão de conteúdo.
- A gente era acostumada a ficar até mais tarde na escola, porque a professora passava mais conteúdo. Agora, isso não está acontecendo - afirma a estudante.
Desafio lançado
O desafio de alcançar um ensino de qualidade é o tema da campanha institucional do Grupo RBS, com o slogan A Educação Precisa de Respostas. Reportagens abordam seis perguntas sobre os principais problemas do ensino no país.
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Coordenador não sabia de nada
Segundo a diretora, o conserto foi solicitado à 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) no dia 16 de agosto, mas até hoje nada foi feito. Os disjuntores terão de ser trocados e a fiação, substituída.
Ontem, o coordenador da 1ª CRE, Antônio Quevedo Branco, afirmou que ficou sabendo do problema somente na terça-feira, 13 dias depois de a coordenadoria ser informada pela escola. Antônio alega que uma funcionária não teria lhe comunicado:
- Estou averiguando internamente para ver o que ocorreu.
O pedido de conserto emergencial foi encaminhado para a Coordenadoria Geral de Obras da Secretaria Estadual da Educação. Entretanto, não há previsão para o início dos reparos.