Um grupo de cerca de 30 cavaleiros liderou o cortejo que levou o caixão do jovem Felipe da Silva Pereira até o Cemitério Municipal de Guaíba desde o CTG Caudilho Guaibense, onde o corpo era velado desde o domingo. Felipe, de 15 anos, teve morte súbita após sofrer uma parada cardíaca depois de se apresentar com a invernada juvenil do centro de tradições, na manhã de ontem.

À frente da procissão, o cavalo crioulo Colorado acompanhava o lamento de familiares e amigos, mas dessa vez sem o companheiro. Considerado respeitoso e humilde, como manda o ofício do bom tradicionalista, o atual 2º Guri da 1ª Região Tradicionalista (RT) deixa a amizade como o principal legado da curta vida que teve.

- Noventa por cento dos amigos dele estou conhecendo aqui (no velório). Só deixou forças para nós. O grande sonho dele, que era cantar, ele já estava realizando - disse o pai dele, o funcionário público Acélio Pereira.

Além de Acélio, Felipe deixa a mãe, Olindina, e o irmão, Rafael, de 22 anos.

 
Pilchados, amigos de Felipe conduzem caixão até o túmulo
Foto: Ronaldo Bernardi

- Era um menino fora de série. Não tinha uma pessoa que falasse mal dele. Infelizmente, Deus quis que ele fosse mais cedo - lamenta a amiga da família, Vera Lúcia Otton.

O vigor na voz de Felipe espantava quem ouvia seu canto. Além de dançar no Caudilho Guaibense, frequentava aulas de música no Estúdio Musique, em Porto Alegre. Não somente as canções gaudérias e suas declamações emocionavam a todos:

- Ele impressionava as pessoas que o ouviam cantar pela primeira vez. Vai deixar uma lacuna muito grande. Tinha ele como um filho - conta, emocionada, Jessilena Alano Etcheverry, do Estúdio Musique.