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Eleições 2012

Candidatos à prefeitura da Capital respondem sobre a cultura

O Diário Gaúcho apresenta hoje a segunda de uma série de entrevistas que fez com os sete candidatos à prefeitura de Porto Alegre

10/09/2012 - 07h16min

Atualizada em: 10/09/2012 - 07h16min


As perguntas, todas feitas por editores do jornal, estão relacionadas com assuntos que você, leitor, vive em seu cotidiano.

Desta vez, o tema são os projetos culturais que eles têm para a Capital.

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Está previsto algum projeto de incentivo a artistas da periferia, já que o Fumproarte (que, em 2012, destina R$ 2 milhões para a elaboração de projetos) é conhecido por aprovar iniciativas de artistas já consagrados?

Érico Corrêa (PSTU)

Noventa por cento do Fumproarte foi utilizado para artistas já consagrados. Nossa proposta é Porto Alegre para os trabalhadores, então, entendemos que o poder público tem a responsabilidade de atender a grande maioria da população, que não tem acesso à cultura, à arte, ao lazer. E nós entendemos que o que é bom tem que ser para todos, e não só para uma minoria que tem bastante dinheiro. Queremos atender as periferias. Sabemos que crianças e jovens adoram arte, ficam encantados se levamos um espetáculo de teatro, uma música, um filme. Nós queremos um mundo onde todos têm acesso ao que é bom.

Jocelin Azambuja (PSL)

Temos um projeto. Temos o Porto Alegre Arte, temos uma concepção diferenciada de bairro. Bairro é o lugar onde tu moras. Nossa ideia é ter em cada bairro um pequeno teatro, biblioteca. Vamos dar oportunidade às camadas mais pobres de ter acesso à cultura variada, não ser obrigada a ouvir só um tipo de música. Por que não podemos ter uma escola de balé, de dança? Temos o exemplo de Joinville. Lá temos o Bolshoi, tem gente do Brasil inteiro querendo estudar lá. Então, não é para a elite. Nós inventamos que música clássica é para elite, que balé é para elite. Não! Cultura e arte têm que ser oportunizadas. Vamos fazer isso.

José Fortunati (PDT)

Inauguramos há pouco mais de 30 dias o estúdio Geraldo Flach, que visa gravar CDs de grupos da periferia gratuitamente. Essa é uma demanda que veio dos grupos de hip hop, funk, samba, enfim, da periferia. Ao contatar com esses grupos, percebi que a grande dificuldade deles é exatamente fazer com que sua música tocasse no rádio. No Fumproarte, estamos discutindo como estabelecer uma relação entre os músicos tradicionais, que têm de ser financiados, com critérios que visem beneficiar músicos desconhecidos. A ideia é estabelecer não um novo fundo, mas um critério de filtros para contemplar as duas categorias.

Manuela d'Ávila (PC do B)

Sim. Nosso projeto tem dois eixos fundamentais. A nossa ideia é a melhoria do Sambódromo para os 14 dias de Carnaval, mas, sobretudo, a utilização permanente da estrutura, com a construção do que nós chamamos de "espaço da cultura popular". Queremos reunir ali várias artes, várias questões relacionadas ao samba. Teremos oficina de costura, oficina de instrumentos, por exemplo. E também de hip hop. Nosso programa tem a construção da Casa do Hip Hop. São os dois pilares de cultura popular, digamos assim, do nosso programa.

Roberto Robaina (Psol)

Nós temos que fazer parcerias com os artistas em geral, com os músicos conceituados, com os conhecidos, mas também com os que não são tão conhecidos assim, e nós temos muitos. Eu vejo que, do ponto de vista da cultura, tem que ter aumento dos recursos. Porque a cultura é menos de 1% do orçamento. Se tem mais recursos, tu podes fazer teatros de rua em bairros populares.

Podes incentivar e vincular o esporte com a cultura, portanto usar as praças públicas para também fazer eventos que reúnem arte com esporte, que é uma questão básica.

Wambert Di Lorenzo (PSDB)

Sim. Porto Alegre só tem cultura para a classe média, não tem cultura para o povo. Nós temos um projeto que é cultura na escola, um projeto de inclusão cultural que usa a estrutura do município. Temos 70 pedreiras abandonadas, é um passivo ambiental imenso que podemos transformar em espaço cultural, têm uma acústica extraordinária. Curitiba já fez algo parecido. Vamos ter também uma integração com o Movimento Tradicionalista Gaúcho. Os CTGs têm papel importantíssimo na cultura popular, integram a comunidade. Vou convidar o MTG para ser um parceiro cultural. Nós vamos levar a cultura às comunidades.

Adão Villaverde (PT)

Nós queremos fazer aquilo que já fizemos quando estávamos na administração popular: descentralizar a cultura, apoiar os investimentos na periferia de Porto Alegre. Entendemos que a cultura não deve ser centrada em megaeventos, em apoio a artistas já consagrados. Não que isso não tenha relevância, tem sim. Mas você tem que descentralizar e investir na possibilidade de os novos artistas terem acesso aos fundos e recursos. Então, sim, para nós a periferia terá prioridade. Aliás, o eixo da nossa política cultural é a descentralização para as comunidades de periferia.

 

Confira a programação dos assuntos abordados:

* Sábado e domingo - Saúde

* Segunda - Cultura

* Terça - Sambódromo

* Quarta - Segurança

* Quinta - Esgoto

* Sexta - Habitação

* Sábado e domingo - Transporte


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