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Eleições 2012

Candidatos à prefeitura da Capital respondem sobre habitação

Na série de entrevistas feita pelos editores do Diário Gaúcho, os políticos respondem dúvidas dos leitores do jornal para ajudá-los a decidir seu voto

14/09/2012 - 07h20min

Atualizada em: 14/09/2012 - 07h20min


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De acordo com o Demhab, Porto Alegre tem cerca de 430 loteamentos irregulares. Só no mês de agosto, surgiram pelo menos duas ocupações na Zona Norte. Qual o seu projeto para resolver este problema?

Roberto Robaina (Psol)

Vou te dar um dado só: o investimento em habitação, que é um problema nacional, não só de Porto Alegre - o dado que tenho do último orçamento é que são R$ 40 milhões de investimentos em habitação. Para cargos de confiança são R$ 80 milhões, no mínimo. Então, o que se investe em habitação é metade do que se gasta em cargos de confiança. É cortar os cargos de confiança. Só aí teremos o dobro de recursos para investir. Vamos melhorar as habitações. Inacreditável que o Brasil não tenha investimento pesado na habitação popular porque os empresários não têm muito lucro.

Wambert Di Lorenzo (PSDB)

O Demhab vai se ocupar da desfavelização e da regularização fundiária. Nós vamos cuidar dessa gente, sem fazer higienização social, que é retirar o cara do local onde ele vive, fazer uma limpeza e botar ele lá no fim do mundo. Se invadirem o terreno onde eu vou construir o Pronto-Socorro, eu vou pedi-lo de volta. Se a invasão se dá em um terreno privado, isso é um assunto para ser discutido no Judiciário. Mas, se é um terreno de uso comum, ou bens que não estão sendo utilizados e que o município ou o Estado não têm ainda uma destinação, nós podemos discutir a situação daquelas pessoas. Vou buscar o diálogo.

Adão Villaverde (PT)

Temos a informação de que são 750 áreas irregulares. Teremos um programa, Regulariza Porto Alegre, em parceria com o Ministério das Cidades, com uma política pesada de regularização fundiária. Tem um déficit, segundo nossos dados, de 100 mil habitações em Porto Alegre. Não estamos contentes com os números da cidade no Minha Casa, Minha Vida. Queremos um programa que vai casar com ele, que é o Minha Casa, Minha Porto Alegre. Vamos remodelar a relação com o setor da construção civil, que não quer pegar obras para quem tem renda entre zero e três salários mínimos.

Érico Corrêa (PSTU)

Só esse dinheiro que está sendo dado agora para as obras da Copa, esses R$ 334 milhões, daria para construir mil apartamentos populares. As duas principais coisas para que um ser humano tenha dignidade são emprego e moradia. Se tiver isso, a pessoa vai atrás de que a educação funcione, ela vai cobrar saúde. Agora, as pessoas moram em condições sub-humanas. Tem 125 mil moradias em Porto Alegre em condição de inadequação, onde as pessoas têm o barraco, mas não têm estrutura, esgoto, luz, nada. A questão da moradia é fácil de fazer. Basta direcionar recursos, é questão de prioridade nas verbas públicas.

Jocelin Azambuja (PSL)

A regularização fundiária é algo fundamental. Se invadem áreas públicas, todo mundo fica olhando, parece que ninguém sabe, ninguém viu. Já são mais de 400 invasões. O próprio Demhab admite. Parece que estimulamos a indústria da ocupação. A minha sugestão é: em áreas que têm que construir casas, constrói só a rede de esgoto e de água, o banheiro, para dar saúde, e aí pega lá o que eles têm e bota lá em cima, e eles que construam. Temos que estimular a aquisição da casa própria, as pessoas pagarem. Nós precisamos criar uma política de regularização fundiária imediata e impedir novas invasões na cidade.

José Fortunati (PDT)

Primeiro: para regularizar as áreas, nós temos um grupo de regularização fundiária, que vou transformar em escritório. Nós estamos tendo êxito, entregando títulos para muita gente, mas acho que a gente pode avançar. Segundo: nós temos uma dificuldade em Porto Alegre em relação à construção de moradias populares. Minha Casa, Minha Vida é um grande projeto, mas nós sofremos o fato de que os empresários não querem construir de zero a três salários mínimos. Isso realmente traz uma angústia muito grande. Outro problema que temos: áreas. Faltam áreas para construção de moradias populares.

Manuela d'Ávila (PC do B)

Nós trabalhamos com a reconstrução - porque existe, mas não funciona - de um gabinete de regularização fundiária. E tem o déficit habitacional. Trabalhamos com 750 vilas irregulares. O que temos que fazer: primeiro, agilizar o Minha Casa, Minha Vida acima de três salários mínimos, desburocratizando a prefeitura. Abaixo de três salários, são os projetos menos viáveis. Cidades que conseguiram superar o déficit foram as que entraram com recurso maior próprio. A gente está formatando essa proposta. Vamos priorizar prédios públicos e abandonados para realocar as pessoas, para não criar guetos para elas.

 

Confira a programação dos assuntos abordados:

* Sábado e domingo - Saúde

* Segunda - Cultura

* Terça - Sambódromo

* Quarta - Segurança

* Quinta - Esgoto

* Sexta - Habitação

* Sábado e domingo - Transporte

 

Produção: Cáren Cecília Baldo

Entrevistas: Claiton Magalhães, Felipe Bortolanza, Flávia Requião, Leonardo Oliveira, Luciane Bemfica, Luiz Carlos Domingues, Marcia Simões, Renato Dornelles, Rozanne Adamy

Fotos: Mateus Bruxel

Projeto gráfico: Flávia Kampff

Arte: Alexandre Oliveira


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