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Eleições 2012

Candidatos à prefeitura da Capital respondem sobre saneamento

Na série de sete entrevistas feitas pelos editores do Diário Gaúcho com os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, hoje o assunto é saneamento

13/09/2012 - 07h09min

Atualizada em: 13/09/2012 - 07h09min


Entre os temas tratados, está o Programa Integrado Socioambiental (Pisa). Faça a sua análise da resposta dos políticos.

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O esgoto é o campeão de reclamações dos leitores do Diário Gaúcho. Entre os bairros mais atingidos, estão Rubem Berta e Mario Quintana, na Zona Norte. As estações de tratamento da região já não dão conta do recado. Qual a sua alternativa para a área?

Manuela d'Ávila (PC do B)

Que a gente ligue o esgoto da casa ao Pisa, uma obra grandiosa, mas que não funciona para as pessoas se não houver ligação do esgoto que sai da casa delas ao grande cano. O Pisa dá capacidade para a cidade tratar 80% do esgoto. O que as pessoas veem: Sul e Norte, se a gente for andar na Vila Lajeado, no Túnel Verde, na Sapolândia, no Extremo Sul da cidade, a gente vai ver que o esgoto continua aberto, que as crianças continuam pisando. Então, ligar os pontos. Essa é a parte que os prefeitos não gostam de fazer porque dá trabalho - o grande cano do Pisa aparece, ligar o esgoto a ele, não.

Roberto Robaina (Psol)

É investimento. Não tem como tirar o projeto, esse, o Pisa. Tem que ser feito. E Porto Alegre é um fiasco nessa área. O recurso é importante por que, no planejamento do Pisa, eles gastaram R$ 500 milhões ou R$ 600 milhões. Mas o dinheiro existe. Primeiro, tem de obrigar o governo do Estado a atuar. O Rio Grande do Sul gasta mais de R$ 2 bilhões por ano em dinheiro que vai para fora do Estado para remunerar os títulos da dívida pública. Então, R$ 600 milhões não é nada. É indecente esse dado que temos que é só 30% o tratamento de esgoto, Porto Alegre é uma das piores do Brasil. Temos uma cidade cortada por um esgoto.

Wambert Di Lorenzo (PSDB)

As pessoas da Zona Norte podem esperar investimento. Eu tenho uma grande preocupação com a desfavelização da cidade. Quando a gente fala as pessoas em primeiro lugar, que é o nosso slogan, isto tem uma doutrina por trás. Um dos princípios para a gente é o bem comum, o conjunto das condições para que todos se realizem. O meu plano para o esgoto da Zona Norte está sendo construído no debate com as comunidades, mas saneamento básico é uma prioridade, é questão de saúde pública. Agora, se tu perguntares se eu tenho um projeto específico, eu vou mentir se disser que sim. Estamos discutindo isso.

Adão Villaverde (PT)

Três níveis. Primeiro, é inaceitável que não haja manutenção no esgotamento sanitário da Capital. Está depreciando a estrutura, inclusive há esgotos emergindo. Segunda questão: nós vamos concluir o Pisa, porque não está concluído. Nós, quando começamos a governar Porto Alegre, tinha 3% de esgoto tratado, a ideia era ficar em 80%. Aliás, pulamos para 27%, e a ideia era chegar em 80%. Aí, infelizmente, dos 27% para os 80%, até agora, não tem nem um metro cúbico tratado. Vamos abrir o Pisa 2, Porto Alegre 100% do esgoto tratado. Eu puxo também para o Rubem Berta, a Lomba, a Bom Jesus.

Érico Corrêa (PSTU)

Nós achamos inaceitável que, em pleno século 21, a Capital de um Estado ainda tenha esgoto a céu aberto, crianças caminhando em meio a dejetos. O Pisa tem um problema muito sério, eles vão querer cobrar das pessoas para elas ligarem suas residências ao esgoto. É hora de a gente parar de pagar a dívida financeira e pagar a dívida social. Vamos desenvolver com a população da Zona Norte um plano de obras públicas para fazer moradias com estrutura, com esgoto, escola infantil e também posto de saúde e hospital. Vamos tirar dinheiro das terceirizações, do pagamento da dívida de Porto Alegre.

Jocelin Azambuja (PSL)

Claro, total. Até porque nós temos uma dívida social muito grande com o tratamento de esgoto em Porto Alegre. As camadas mais pobres, hoje, têm a pior educação, e o esgoto passa por um processo de educação do povo. O povo valoriza, às vezes, mais o asfalto do que o esgoto, porque não têm noção do que compromete a sua saúde. Então, eu não vou fazer uma cidade de asfalto, eu vou fazer uma cidade de esgoto, de água tratada. Não adianta querermos tirar as pessoas da situação de pobreza sem dar para elas o conhecimento básico do que elas precisam. E dignidade, isso aí é fundamental.

José Fortunati (PDT)

Estamos concluindo a Estação de Tratamento de Esgotos Sarandi, que faz parte do complexo do Bairro Sarandi. Com isso, nós vamos conseguir potencializar uma grande parte do tratamento de esgoto cloacal de toda aquela região. O sistema fica pronto até o final do ano. Quando a gente fala em 80% do tratamento de esgoto cloacal, é porque o Pisa vai possibilitar saltar de 27% para 77%, e, lá, são 3%. Isso dá os 80%. Vai ser uma obra fantástica, porque pega exatamente as vilas mais irregulares. Encontrei lideranças da Vila Amazônia, a obra está quase completa, é muito próxima ao Porto Seco, à Vila Amazônia. Então, está acontecendo.


Confira a programação dos assuntos abordados:

* Sábado e domingo - Saúde

* Segunda - Cultura

* Terça - Sambódromo

* Quarta - Segurança

* Quinta - Esgoto

* Sexta - Habitação

* Sábado e domingo - Transporte

 

Produção: Cáren Cecília Baldo

Entrevistas: Claiton Magalhães, Felipe Bortolanza, Flávia Requião, Leonardo Oliveira, Luciane Bemfica, Luiz Carlos Domingues, Marcia Simões, Renato Dornelles, Rozanne Adamy

Fotos: Mateus Bruxel

Projeto gráfico: Flávia Kampff

Arte: Alexandre Oliveira


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