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Depois do susto, o alívio

Índio que caiu em arroio relata: "Pensei que fosse morrer, foi grande o susto"

Dois soldados do Corpo de Bombeiros e um índio estavam desaparecidos em Barra do Ribeiro

19/09/2012 - 09h01min

Atualizada em: 19/09/2012 - 09h01min



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Luís Palácio relatou os momentos de sufoco

- Pensei que fosse morrer, foi grande o susto

O alívio do índio Luís Palácio, 21 anos, veio após quase oito horas de desespero. Ele e dois bombeiros haviam desaparecido na noite de ontem, no Arroio Passo Grande, no km 318 da BR-116, em Barra do Ribeiro, mas foram resgatados hoje de manhã.

O sargento Moisés Delfim dos Santos, 44 anos, e o soldado José Geraldo Rodrigues Junior, 27 anos, do Corpo de Bombeiros de Guaíba, trabalhavam na remoção de 23 índios, entre eles 12 crianças, na região desde o final da tarde de ontem. Conhecedor do local, Luís auxiliava os dois profissionais.

Por volta das 22h30min, no entanto, devido à forte correnteza, o bote que conduzia o trio virou. Os três subiram numa árvore dentro do arroio e, no escuro, ficaram aguardando por ajuda. Os colegas do Corpo de Bombeiros fizeram buscas durante a madrugada inteira, mas, por conta do barulho da água, não conseguirama ouvir as vítimas.

Somente às 6h, com a ajuda da comunidade indígena, os profissionais localizaram os desaparecidos. Com cordas e cipós, foi possível retirar Moisés, José e Luís com vida de dentro da água.

Foto: Bruno Alencastro, Agência RBS


Sargento Moisés Delfim dos Santos, 44 anos, pai de três filhos relata os momentos de tensão que viveu durante a madrugada.

Diário Gaúcho - O que vocês estavam fazendo no momento do acidente?

Sargento Moisés - Estávamos realizando a remoção de 23 pessoas, entre elas 12 crianças, com a ajuda de um índio que conhecia o local. Quando estávamos voltando, recebemos a informação de que havia um senhor de 88 anos. Decidimos ir e salvar.

Diário Gaúcho - E o que aconteceu?

Sargento Moisés - Depois disso, o barco deu uma guinada por conta da correnteza. O índio, inexperiente e assustado, levantou-se, e o bote virou. Logo nos agarramos no primeiro galho que apareceu.

Diário Gaúcho - Chegaram a pensar no pior?

Sargento Moisés - Ficamos agradecendo a Deus, porque sabíamos que ia dar certo. Foi o meu maior susto em 23 anos de profissão.

>>> Confira a galeria de fotos do resgate.

 


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