Os números são sinônimo de diversão para Alisson Silva Neimaier, 13 anos. Enquanto muitos estudantes fogem da temida Matemática, ele adora resolver cálculos e desafios. Tamanha habilidade fez dele um dos medalhistas de ouro da 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. No Estado, outros 13 jovens garantiram a mesma colocação no Nível I, sendo que apenas ele e uma menina de Santo Cristo não são alunos de colégios militares.

A premiação dos exames realizados no ano passado veio no dia 27 de agosto. No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, ele recebeu a medalha das mãos da presidente Dilma, para alegria da família e dos professores e colegas da Escola Municipal José Plácido de Castro, em Sapucaia do Sul, onde ele estuda.

Mãe lançava desafios

- O orgulho é gigante da família toda. E temos a certeza de que ele vai ter sucesso e facilidade no que escolher - destaca a mãe, Tatiane da Silva Neimaier, 35 anos, que tem um quiosque de bijuterias na Estação Canoas.

A proximidade com a Matemática começou por volta dos quatro anos. Ele pedia para a mãe lançar alguns desafios para que resolvesse enquanto ela estava ocupada, por exemplo, com as tarefas da casa. Tatiane caprichava no nível de dificuldade e, mesmo assim, poucos minutos depois, Alisson já tinha a resposta.

- Eu gosto de números, de cálculos e de ser desafiado - afirma o garoto, que diz também não ter dificuldade em outras disciplinas.

Na escola, os professores perceberam a aptidão do adolescente para os números e começaram a incentivá-lo.

Exemplo para os colegas

O estímulo e a conquista de Alisson fizeram dele um exemplo entre os outros alunos.

- A gente preza por isso, uma escola pública de qualidade. É uma conquista coletiva, estamos felizes de participar dessa história - elogia a diretora Ana Beatriz Müller.

Unidos pela afinidade

Além da medalha, Alisson ganhou um curso de Matemática Pura e Aplicada, para estimular ainda mais a sua habilidade. Na escola, é normalmente para ele que os colegas pedem ajuda. E, na terceira série, desenvolveu sozinho uma tabuada que até hoje impressiona ao ser explicada.

- Aí vem a parte do treino, tentativa e erro, mas sempre foi tranquilo - conta.

Para receber a medalha, ele viajou pela primeira vez sozinho (a mãe e a diretora da escola foram encontrá-lo só no dia da cerimônia) e fez novas amizades, motivadas pelo mesmo interesse: a matemática.

- Todo mundo se enturmou, porque todo mundo gosta da mesma coisa - brinca.

COMO É A PROVA

São três níveis, de acordo com a escolaridade de cada aluno. Eles recebem um caderno com questões de Matemática, para resolver em cerca de três horas. Alisson foi um dos 200 medalhistas de ouro do Nível I em todo o Brasil, com alunos de quinta e sexta série. Na primeira etapa, a prova é realizada na escola. Depois, tem a avaliação regional. Só aí sai o resultado, que foi comemorado com muita alegria pelo garoto.

- Eu saí pela casa gritando "eu passei", "eu passei" - lembra.

Este ano, ele está participando da competição, agora no Nível II, já que está na sétima série.