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Solidariedade

Sopa do Pobre completa 80 anos

Atividade voluntária da Sociedade Espírita Ramiro D'Ávila, no Bairro Menino Deus, doa cerca de 500 pratos de alimento por dia, de segunda a sábado

13/09/2012 - 07h13min

Atualizada em: 13/09/2012 - 07h13min


É com a solidariedade e o carinho de doadores, voluntários e funcionários que a Sociedade Espírita Ramiro D'Ávila, no Bairro Menino Deus, dá alimento e acolhida a pessoas carentes na Capital. Fundada em 20 de setembro, a Sopa do Pobre nunca deixou de funcionar em 80 anos. De segunda a sábado, a instituição fornece cerca de 500 pratos de sopa por dia.

Essa quantidade inclui as refeições servidas no local e a levada pelos beneficiados para se alimentar ao longo do dia. Para manter esse serviço tão dedicado, a colaboração é fundamental. Além de alimentos, roupas e kits de higiene são necessários.

- A casa sempre se mantém com doações. Tem gente bem antiga, alguns que estão de passagem. Fazemos tudo com muito amor, muito carinho - conta a voluntária e atual coordenadora da Sopa do Pobre Maria Isabel Blauth, 57 anos.

Refeições e boa acolhida

Essa dedicação é percebida por quem faz da Sopa do Pobre a sua principal refeição, como Júlio César de Miranda Policena, 28 anos. Ele diz que é "trecheiro", uma gíria para morador de rua, há sete meses. E elogia o alimento e a atenção que recebe:

- É bom ter um lugar para almoçar, ajuda de monte. A gente é bem acolhido e eu levo mais para comer depois.

Já Valter William de Oliveira Barbosa, 23 anos, fez ontem a sua primeira refeição no local, a convite de dois amigos que já se alimentam ali. Ele mora nas ruas há pouco tempo, desde que perdeu o emprego em uma obra.

- Vim para conhecer e vou passar a vir seguido. Os amigos falaram "vamos no sopão, vamos no sopão". É bem legal - afirma.

A alegria de ajudar

Voluntário na Sociedade Espírita Ramiro D'Ávila desde 1995, o bancário aposentado Gerson Jeremias Lanz, 58 anos, conta que, além do alimento, o que muitas pessoas buscam é o carinho, a atenção.

- Às vezes o mais importante é o toque, mais do que a própria sopa. A gente fala de futebol, brinca, ri - relata.

Ele diz que é com alegria que reencontra pessoas que se alimentaram na Sopa do Pobre e hoje estão em uma condição de vida melhor. E explica a importância do voluntariado para ele:

- Sem isso, a vida do ser humano é vazia. A gente precisa sentir-se útil.

Para colaborar

A Sociedade Espírita Ramiro D'Ávila foi fundada em 7 de abril de 1932 por Gedeon Desessard Leite. Alguns meses depois, em 20 de setembro, nascia a Sopa do Pobre.

A entidade se mantém com doações. Entre as mais necessárias estão hortifrutigranjeiros (moranga, cenoura, batata, aipim), farinha de milho, frutas, itens de higiene, roupas e calçados (principalmente masculinos). Elas podem ser entregues na Avenida Getulio Vargas, 497, Bairro Menino Deus, das 9h às 11h30min e das 13h30min às 21h.


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