Hô, hô, hô...
Noéis itinerantes
Carlos e Pedro são bons velhinhos com barba e cabelo natural. Mas, em vez de ficar parados em shoppings, eles vão a eventos, empresas,fábricas e até casas particulares
Não é todo dia que se encontra uma dupla de papais noéis vestidos de traje a passeio, como quem vai ao supermercado ou à fruteira da esquina. Ontem, porém, a reportagem do Diário Gaúcho topou por acaso com dois bons velhinhos à paisana, em plena Praça da Alfândega, no Centro da Capital.
Funcionário público aposentado, Pedro Litwinczyk, 70 anos, até estava com o
gorrinho vermelho que identifica o personagem. Mas o ator Carlos Alberto Velasco, 64 anos, de jaqueta e calça jeans, só era reconhecido para a função por causa de
sua vasta barba branca.
Me chama que eu vou
Amigos de longas datas natalinas, Pedro e Carlos se preparam para a maratona de festas nesta época. Os papais noéis itinerantes aceitam convites para participação - com traje a rigor e até enchimento - em eventos, empresas, fábricas e até casas particulares.
Enquanto um anima uma festa de crianças numa associação de bairro, outro leva alegria e mensagens para entidades assistenciais. O valor cobrado depende do tempo e do local das apresentações.
Talento e versatilidade
Além de falar, contar histórias e dar conselhos às crianças, Pedro canta e toca gaita, violão e teclado. Nos corais da Ospa e da Puc, fazia a voz do baixo, aquela de tom mais grave, que vem lá do fundo do porão.
- Na vida, a gente tem de olhar pra frente, nunca para traz - ensina Pedro.
Carlos tem até uma empresa: Cav - Fotos e Eventos. Por ser ator, ele - mais do que os outros - sabe que o Papai Noel tem de atuar.
- Temos que colocar a fantasia dentro da realidade. Procuro passar uma mensagem que conscientize as crianças sobre a importância de repartir as coisas. Ela não pode ter tudo, e o presente tem um custo - lembra Carlos.