Não é brinquedo
Mulher encomenda morte do marido por R$ 200
Eva e um homem foram presos na sexta-feira e indiciados por tentarem matar o marido dela, que levou uma marretada na cabeça e está com várias sequelas
Um videogame e R$ 200. Esse era o pagamento para que Jonas Brasil Leal, 28 anos, atacasse Darius Gonçalves Rocha, 24 anos. A oferta foi feita pela companheira de Darius, Eva Lucia Simões Silva, 25 anos. Ela garante que era para dar apenas um susto. Já o agressor assegura que o combinado era matar Darius. Sexta-feira, ambos foram presos.
- Ele (Jonas) me disse que poderia dar um susto nele. Não era para matar. Nem perguntei que tipo de susto era - contou Eva na 1ª DP de Alvorada.
Cada um dá uma versão
As atitudes dela não convenceram os policiais. Segundo a investuigação, em 9 de maio, às 8h30min, Eva abriu a porta de casa para Jonas, que deu uma marretada na cabeça de Darius. A vítima até hoje tem problemas neurológicos, não caminha sozinha e tem uma série de sequelas motoras.
Presos preventivamente na sexta, Eva e Jonas admitiram envolvimento no crime. Mas cada um contou uma história. Jonas disse que Eva pediu para que ele matasse e cortasse a cabeça de Darius. Mas ele não teria conseguido cumprir o acordo.
- Ele alega que parou de agredi-lo, então Eva pegou uma barra de ferro e bateu no marido - explicou o titular da 1ª DP de Alvorada, delegado Maurício Barison Barcellos.
Teve barganha na negociação
Já Eva, em depoimento, afirmou que era humilhada pelo companheiro, com quem estava havia seis anos. O casal trabalhava em uma flora no Bairro Umbu. Jonas teria se oferecido para dar um susto. Em troca, pediu R$ 500. Acertaram o pagamento de R$ 200, mais um jogo eletrônico de Darius.
Caíram no grampo
A primeira versão de Eva para o ataque despertou a desconfiança dos policiais. Ela disse que quatro homens invadiram a flora para assaltar. Um a teria rendido enquanto os demais agrediam Darius. O bando teria fugido levando um videogame.
Durante as investigações, surgiram várias pistas sobre o envolvimento de Jonas e Eva. Os agentes pediram à Justiça escutas telefônicas dos celulares deles.
- Ele falou que ela pagava R$ 50 a cada depoimento para ele negar o crime - disse o delegado.
Eva e Jonas foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado.