Polícia



Elas foram longe

Adolescentes fujonas são encontradas no Paraná

Quinze dias depois de fugir de casa, Gabrielle Martins Vianna, 15 anos, e Sabrina Correa Souza, 14 anos, foram encontradas

04/01/2013 - 07h07min

Atualizada em: 04/01/2013 - 07h07min


Moradores do Bairro Morro Santana, na Capital, estavam em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), na manhã de ontem.


As duas estavam na loja de conveniências de um posto de gasolina quando foram abordadas por homens da Guarda Municipal e conduzidas ao Conselho Tutelar local. O drama das famílias parecia ter chegado fim. Mas não acabou. Afinal, passariam a noite em um abrigo. O temor é que elas fujam de lá.


- O conselho não quer trazer, então vou buscar. Só quero que me garantam que não vão deixá-la fugir - disse o pai de Gabrielle, Márcio Vianna.


Quatro no Santana


Cobrador de ônibus na Capital, Márcio não tem carro - os pais de Sabrina também não. A passagem de avião, a R$ 300, saiu logo dos planos. A ideia era encarar 12 horas de ônibus, mas o padrinho de Sabrina, Jeferson Keni, prontificou-se a, de carro, levar o grupo.


- Não vejo a hora de ver minha filha. O quanto antes - definiu a mãe de Sabrina, Maria Eloá Correa.


Às 18h, com muita esperança e pouca roupa na bagagem, o Santana 1999 partiu do Morro Santana rumo ao Paraná. Jeferson e Maria Eloá na frente, Márcio e Roberta Medina (mãe de Gabrielle e mulher de Márcio) atrás. No encalço das duas fujonas, os quatro esperavam percorrer em até dez horas os 800km de viagem.


A volta não estava acertada. Por falta de espaço no veículo, provavelmente Márcio, a mulher e a filha voltarão de ônibus.


Internet ajudou na localização


Por sites de relacionamento, elas conversaram com colegas e disseram que estavam em São José dos Pinhais. O destino final era Umuarama (PR) onde seriam recepcionadas por um amigo de Gabrielle, de 17 anos.


Para a polícia e a família, viajar para ver o rapaz seria o motivo para ambas sumirem. Um jovem, com quem elas mantiveram contato, ligou para o pai de Gabrielle, que então acionou o Deca.


- Nós e o pai da Gabrielle acionamos as polícias do Paraná. Passamos as características físicas e o provável local. Uma viatura foi ao posto e as reconheceu - resumiu o escrivão da Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos, Julio Fraga.


Levada ao Conselho Tutelar, a dupla estaria em boas condições de saúde. Mas Gabrielle negou-se a, por telefone, falar com o pai:


- Escutei-a dizendo ao conselheiro que não queria falar com ninguém. Reconheci a voz dela.


Famílias receberão ajuda


Conselheiros tentaram demover os pais das duas meninas de ir de carro.


- Achava mais prudente ir de ônibus, pois o esgotamento mental da família é grande. Mas não tinha como impedi-los. Nós poderíamos buscá-las, ou os conselheiros do Paraná trazê-las. Mas há uma certa burocracia para obter autorização e verba - disse um conselheiro tutelar do Rio Grande do Sul.


Responsável pelo caso na 3ª microrregião do Conselho em Porto Alegre, Sérgio Pegoraro informou que, na volta, as duas famílias terão acompanhamento psicológico.


- A preocupação agora é trazê-las para casa. Isso veremos depois - disse Sérgio.


Entenda o caso


- Em 19 de dezembro de 2012, Gabrielle e Sabrina saíram de casa de manhã. No mesmo dia, vasculhando o Facebook, os pais das duas descobriram que elas havia tramado fugir de casa.


- A polícia foi acionada e, após investigação, concluiu que o provável destino delas era o Paraná, onde mora um amigo de Gabrielle.


- Policiais civis pediram a quebra de sigilo telefônico das meninas, mas até quarta-feira, não havia pistas. Até que, ontem, um amigo, com quem elas haviam mantido contato, informou o pai de Gabrielle sobre o paradeiro das meninas. O plano das famílias é rever as gurias na manhã de hoje.


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